Artistas e amigos da venezuelana Julieta Inés Hernández Martínez, encontrada morta nessa sexta-feira (5/1) após desaparecer em dezembro, fizeram um protesto em Manaus (AM), na tarde desse sábado (6/1), pedindo Justiça pela artista. A intenção é chamar a atenção das autoridades para a brutalidade do crime.
O grupo ocupou um dos símbolos do turismo na capital amazonense, o Largo de São Sebastião – localizado em frente ao Teatro Amazonas. No ato, cobraram Justiça por Julieta e pediram o fim dos casos de feminicídio do estado, empunhando cartazes com dizeres como ‘parem de nos matar’.
Julieta estava viajando de bicicleta pelo Brasil há 8 anos, fazendo apresentações circenses. Durante a passagem pela cidade de Presidente Figueiredo (AM), ela foi atacada por um casal que estava morando no mesmo refúgio que a artista estava hospedada, de acordo com a polícia.
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A artista foi vista pela última vez em 23 de dezembro, quando seguia de bicicleta em direção a Boa Vista, em Roraima. O corpo dela foi encontrado na sexta-feira (5/1), enterrado em uma área de mata no município. O casal suspeito do crime foi preso nesse sábado (6/1).
Ato simbólico
“Fizemos um ato simbólico pedindo justiça pelo o que aconteceu com a nossa amiga, também falamos palavras de ordem pelo fim do feminicídio no Amazonas. Tudo é muito sensível para a gente e até gatilho mesmo”, disse a artista de dança, Jady Castro ao G1.
Jady contou que o protesto reuniu cerca de 40 pessoas. O grupo contava ainda com a presença de ciclistas e visitantes que estavam presentes durante a ação no Largo de São Sebastião.
Mobilização
Amigos de Julieta montaram uma campanha nas redes sociais com o intuito de encontrar a artista. No entanto, com o falecimento dela, o dinheiro arrecadado será utilizado para que ela seja enterrada na cidade natal.
Amigos de Julieta também usaram as redes para prestar homenagens e se despedir dela.
“Jujuba, infelizmente, não encontramos você a tempo. Tudo isso nos mostra o quanto somos pequenos diante de tamanha brutalidade. Mas você, com sua gigante grandeza contida em seu nariz, nos ensinou que é preciso ter a coragem para seguir pedalando”, escreveu o perfil Circo di SóLadies.
“Hoje, todas as pessoas Palhaça’s desse país sonham por você. Sonhamos por um mundo onde as mulheres possam caminhar sem medo, onde as crianças sejam livres para brincar, onde as palhaças se vão apenas quando seus narizes vão descansar. Nesse mundo, Juju teria atravessado o Brasil e conseguido encontrar sua mãe em sua terra natal”, completou o Circo di SóLadies.