O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) é um dos alvos da operação da Polícia Federal (PF) desta segunda-feira (29/1) que investiga o envolvimento de pessoas com a chamada “Abin paralela” durante o governo de Bolsonaro, entre 2019 e 2022.
Conhecido como “filho 02” do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), Carlos foi reeleito vereador no Rio de Janeiro nas eleições municipais de 2020. Ele cumpre o sexto mandato consecutivo na Câmara dos Vereadores do Rio de Janeiro.
Ele foi eleito pela primeira vez aos 17 anos e sagrou-se o parlamentar mais jovem do Brasil nas eleições de 2000.
Como mostrado pela coluna de Igor Gadelha, do Metrópoles, Carlos analisa migrar do Republicanos para o Partido Liberal (PL), sigla do pai e dos demais irmãos, o senador Flávio e o deputado federal Eduardo. Ainda segundo o colunista, o “filho 02” deve assumir a presidência do PL no Rio a partir de março.
Gabinete do ódio
Carlos é considerado o filho mais radical de Bolsonaro. Atribui-se a ele o comando do chamado “gabinete do ódio”, uma estrutura erguida no governo anterior que seria responsável por divulgar notícias falsas e com ataques às instituições do país.
O vereador coordena as estratégias nas redes sociais de Bolsonaro desde a campanha eleitoral de 2018. Bastante ouvido pelo pai, Carlos bateu de frente com auxiliares próximos de Bolsonaro e que acabaram saindo do governo, como o general Santos Cruz, ministro da Secretaria do Governo, e Gustavo Bebianno, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência.
Em 2 de março de 2020, Bebianno afirmou em entrevista ao programa Roda Viva:
“Um belo dia o Carlos me aparece com um nome de um delegado federal e de três agentes que seriam uma Abin paralela, porque ele não confiava na Abin. O general Heleno [então ministro do GSI, a quem a Abin é subordinada] foi chamado, ficou preocupado com aquilo, mas Heleno não é de confronto. A conversa acabou comigo e com o Santos Cruz [então ministro da Secretaria de Governo]. Aconselhamos ao presidente que não fizesse aquilo de maneira alguma. Muito pior que o gabinete de ódio, aquilo também seria motivo para impeachment. Depois eu saí, não sei se isso foi instalado ou não”.
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Carlos Bolsonaro atentado
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Operação da PF
Conforme apuração do Metrópoles, Carlos Bolsonaro seria recebedor de dados da “Abin paralela”. Esse núcleo de espionagem é acusado por investigar rivais do clã Bolsonaro, jornalistas e autoridades sem aval judicial.
As buscas ocorrem na casa do 02 no Condomínio Vivendas da Barra, na Barra da Tijuca, zona oeste da capital fluminense, onde o ex-presidente Jair Bolsonaro tem casa, na mesma rua do filho. O gabinete de Carlos também passa por vistoria.
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Segundo a PF, durante a gestão Bolsonaro houve o uso irregular da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para fazer monitoramento ilegais por uma organização criminosa infiltrada na agência.
Na última quinta-feira (25/1), o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), foi um dos alvos dessa mesma operação. Isso porque as supostas investigações sem autorização judicial ocorreram quando ele era diretor-geral da Abin, entre julho de 2019 e março de 2022.
Esquema de rachadinha
O filho do ex-presidente também é investigado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) a respeito de um suposto crime de peculato, conhecido como esquema de rachadinha, no gabinete da Alerj.
De acordo com a coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, um laudo de transações financeiras mostram que o dinheiro de assessores de Carlos pode ter sido usado para pagar despesas do político, de familiares ou até mesmo depositado em contas bancárias relacionadas ao próprio vereador.