São Paulo — O cortejo da Espetacular Charanga do França não tem trio elétrico nem caixa de som, mas atrai milhares de foliões todos os anos. Não foi diferente nesta segunda-feira (12/2), quando o bloco lotou as ruas da Santa Cecília, no centro de São Paulo, no Carnaval paulistano.
O desfile mantém uma característica antiga do Carnaval de rua, com a banda caminhando junto com o público. Na manhã desta segunda, as pessoas acompanhavam os músicos dançando ao som de canções como “Cheia de Manias”, de Raça Negra, e “Cilada”, do grupo Molejo.
Os moradores do bairro assistiam ao cortejo das janelas e acenavam enquanto os foliões passavam. Por volta das 11h, quando o sol castigava o público, uma mulher foi ovacionada ao sair na sacada de um apartamento com uma mangueira nas mãos.
“Joga aqui”, gritavam as pessoas, comemorando logo em seguida o jato de água recebido. A temperatura na cidade beirava os 30ºC no horário.
A bióloga Fernanda Abreu, de 28 anos, conta que conheceu o Charanga quando morava na Santa Cecília e acabou virando fã do bloco.
“Eu morei aqui durante seis anos, hoje eu moro em Santos, mas eu sempre volto para prestigiar o Charanga”, conta ela, que vestia uma fantasia com as cores da banda: azul e prata.
Fernanda afirma que o grupo ajuda a valorizar a região da Santa Cecília. “Enriquece demais a cultura do bairro”.
A atriz Mariana Dantas foi para o bloco com o marido, a filha de 4 meses e duas amigas. Ela elogiou o cortejo.
“Bloco tradicional é lindo. Eu acho que é o melhor do Carnaval, a banda passando na rua e as pessoas fantasiadas”, diz ela, que acompanhava a banda do Charanga à distância, por causa da bebê.
Para ela, é importante que São Paulo mantenha viva a tradição dos blocos de bairros, já que nem todos gostam de frequentar os cortejos comandados por grandes artistas.
“Eu sou fã dos tradicionais, nunca fui em megabloco. Gosto do bloco onde eu possa me divertir e acompanhar a banda”, diz a atriz.