São Paulo – Números parciais do Centro de Operações da Polícia Militar (PM) indicam queda expressiva no número de registros de roubos e furtos de celulares no Carnaval da capital paulista deste ano em relação a 2023 e uma redução ainda maior do que em relação a 2020, antes de a pandemia de Covid-19 interromper a festa por dois anos.
Embora os dados finais ainda estejam em apuração, tanto as gestões de Tarcísio de Freitas (Republicanos), no Estado, e de Ricardo Nunes (MDB), na Prefeitura, viram no resultado um respiro para a área da segurança pública – tema que, segundo pesquisas internas dos partidos políticos, devem ser um dos motes da eleição municipal deste ano.
Segundo a PM, entre o último sábado (10/2) e essa terça-feira (13/2), houve registro de 249 casos de furto e 50 casos de roubo (quando há emprego de violência ou ameaça grave) na capital paulista, totalizando 299 casos.
Os dados de terça-feira foram fechados antes do término do dia, e o balanço final deve ser maior.
Contudo, entre os dias 18 e 21 de fevereiro de 2023 (as datas do Carnaval do ano passado), o total de furtos registrados havia sido de 855 casos e os de roubo, de 100 casos.
Já no Carnaval de 2020, que ocorreu entre 22 e 25 de fevereiro daquele ano, o total de casos havia sido muito maior: 2.293 furtos e 321 roubos.
O Carnaval deste ano, todavia, não passou sem momento de tensão entre foliões. Nesta quarta, por exemplo, o bloco da cantora Pocah, a Avenida Marques de São Vicente, na zona oeste da cidade, foi interrompido por causa de tumultos ocorridos entre os frequentadores. A PM deteve 14 pessoas suspeitas de praticarem roubos de celular em grupo, agredindo as vítimas.
Na segunda-feira, o bloco Forrozin, da cantora Mariana Aydar, na República, também teve registros de cenas de violência. Já no domingo a confusão se deu no bloco Prato do Dia, na Barra Funda, que foi dispersado com tiros de balas de borracha da Guarda Civil Metropolitana (GCM) por ter passado do horário.
Reforço na segurança
Quem foi às ruas na capital viu esquemas diferenciados para acesso a megablocos. No centro, havia pontos de checagem pessoal de foliões em locais como o Largo do Arouche, a Praça da República, no Viaduto do Chá e a Avenida São João. As estações do Metrô estavam com algumas de suas saídas fechadas para que os agentes de segurança melhor controlassem a entrada de público.
A PM informou que iria coloca 15 mil policiais e 6.000 viaturas nas ruas e que os blocos teriam agentes à paisana voltados à prevenção dos crimes violentos e de casos de importunação sexual.
Além disso, em locais como a Rua da Consolação e a Avenida Pedro Álvares Cabral, no Parque do Ibirapuera, a PM instalou postos de observação, com equipes monitorando a folia do alto.
Durante o Carnaval deste ano, a PM registrou dois casos de importunação sexual (prática ato libidinoso contra outra pessoa sem anuência) e dois de estupro de vulnerável (prática de sexo com menores de 14 anos).
Tarcísio faz campanha abertamente pela reeleição de Nunes. Ambos têm apoio político do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O governo vem investindo em ações que resultem em aumento da sensação de segurança da população da capital, especialmente na região central, que convive com a Cracolândia.
O governo deve anunciar, em breve, um pacote de investimentos na área, com expectativa de que o plano possa ajudar o projeto eleitoral do prefeito.