A reunião dessa segunda-feira (19/2) entre o chanceler Mauro Vieira e o embaixador de Israel, Daniel Zonshine, foi, a depender do Brasil, o ponto final na crise com o governo de Benjamin Netanyahu. Nas duas semanas em que passará em Brasília, o embaixador brasileiro em Tel-Aviv, Frederico Meyer, receberá instruções sobre como proceder com o governo israelense, diante do recrudescimento da crise, mas não está prevista mais nenhuma medida mais dura nas relações diplomática.
Na visão de Mauro Vieira, a bola agora está com o governo de Israel. Na conversa que teve ontem com Zonshine, Vieira criticou a forma como o diplomata Frederico Meyer foi tratado, bem como o tratamento dispensado pelo chanceler israelense, Israel Katz, ao presidente Lula. A expectativa é que isso sirva para também diminuir o ímpeto israelense em escalar a crise.
Está descartado por parte do Palácio do Planalto qualquer pedido de desculpa, o que, ao menos entre diplomatas, chegou a ser cogitado no começo desta segunda-feira, antes de o governo Netanyahu levar Meyer para o Museu do Holocausto, sem avisá-lo da entrevista coletiva e para constrangê-lo numa entrevista coletiva em hebraico — o que foi visto no Itamaraty como uma “emboscada”.
Ontem, Zonshine tomou nota de tudo que lhe foi dito e disse que reportaria ao governo israelense o que ouviu.
Foi a quarta vez que Zonshine foi chamado pelo Itamaraty desde o início da guerra de Israel contra a Palestina. Nas outras ocasiões, declarações de Zonshine o levaram a ser chamado pelo Ministério das Relações Exteriores.