SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O dólar abriu em alta nesta sexta (29) após uma sessão de estabilidade na véspera, apoiado pelo aumento da aversão ao risco no exterior e impactado pelo fechamento da taxa Ptax, uma taxa de câmbio calculada pelo BC que serve de referência para a liquidação de contratos futuros.
Investidores digerem a reunião do CMN (Conselho Monetário Nacional) da véspera, que mudou o sistema de metas de inflação, e aguardam dados de inflação dos Estados Unidos, embora a moeda caminhe para fortes perdas mensais e trimestrais.
Às 9h08 (horário de Brasília), o dólar à vista avançava 0,51%, a R$ 4,8717 na venda. Na B3, às 9h08 (horário de Brasília), o contrato de dólar futuro de primeiro vencimento subia 0,03%, a R$ 4,8625.
A divulgação de dados de inflação da zona do euro está no radar dos investidores, que operam em cautela após sinalizações vindas de líderes de bancos centrais globais sobre a possibilidade de novos aumentos de juros para combater a alta de preços.
No Brasil, o mercado repercute dados de desemprego divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).
Na quinta (29), a Bolsa brasileira quebrou uma sequência de quedas e voltou a subir (29) após a publicação do Relatório Trimestral de Inflação, pelo Banco Central (BC), e com foco na reunião do CMN, além de dados positivos de inflação divulgados pela manhã.
Já o dólar abriu em alta e chegou a bater os R$ 4,87 na máxima do dia, mas fechou praticamente estável, ainda apoiado por um movimento global de aversão ao risco e impactado pela formação da taxa Ptax, que ocorrerá nesta sexta.
No fim de cada mês, agentes financeiros costumam tentar direcionar a Ptax para níveis mais convenientes às suas posições, sejam elas compradas ou vendidas em dólar.
A moeda também vem ganhando força nos últimos dias com o aumento da aversão ao risco no exterior, após chefes de bancos centrais globais terem sinalizado que novas altas de juros para combater a inflação podem estar a caminho. O índice DXY, que mede o desempenho do dólar ante outras moedas fortes, teve alta de 0,43%.
Com isso, o Ibovespa subiu 1,45%, a 118.382, enquanto o dólar teve queda de 0,04%, praticamente estável cotado a R$ 4,848.
Nos mercados futuros, os juros tiveram forte queda. Os contratos com vencimento em janeiro de 2024 foram de 12,96% para 12,91%, enquanto os para 2025 caíram de 10,97% para 10,87%. Para 2026, a expectativa de juros foi de 10,34% para 10,25%.