São Paulo — Um homem de 47 anos baleado durante uma operação policial no morro José Menino, em Santos, no sábado (9/3), é o 40º morto em confrontos com a Polícia Militar no litoral paulista desde o início de fevereiro.
A contagem considera as mortes a partir da terceira fase da Operação Verão, em 3 de fevereiro, um dia depois da morte do soldado da Rota Samuel Wesley Cosmo.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública (SSP), um policial militar também foi baleado e está internado.
De acordo com o registro policial, os PMs foram recebidos a tiros durante incursão no morro José Menino, momento em que um policial foi atingido. Pouco depois, outras equipes se deslocaram para a região a fim de localizar os envolvidos, que fugiram.
Durante as buscas, um homem de 47 anos teria, segundo a polícia, atirado na direção dos PMs. Houve confronto e o suspeito morreu no local. A polícia informou que um revólver calibre 38 e dois celulares foram apreendidos com a vítima.
A SSP disse que a área foi preservada e foi solicitada perícia para o local. “As investigações já estão em andamento para apurar todas as circunstâncias dos fatos”, disse a pasta.
Segundo a SSP, foram presos até o momento 881 suspeitos durante a Operação Verão, incluindo 337 procurados da Justiça. “Nas ações policiais, 40 suspeitos morreram em confronto com os agentes de segurança, entre eles, o líder de uma facção criminosa envolvida com o tráfico internacional de drogas, lavagem de dinheiro e atentado contra agentes públicos.”
Letalidade policial
Dados divulgados nesta semana pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP) indicam um aumento de 94% na letalidade policial em 2024. Segundo o órgão, a quantidade de mortes cometidas por PMs saltou de 69 para 134 em relação aos dois primeiros meses do ano passado.
A letalidade da ação policial na Baixada Santista tem gerado uma série de críticas por parte de entidades de defesa do direitos humanos. No último domingo (3/3), uma comitiva coletou uma série de relatos de abusos e violência em comunidades locais. As entidades pretendem levar as denúncias de abusos à Organização das Nações Unidas (ONU).
O secretário Guilherme Derrite, por sua vez, afirmou que “não reconhece” excessos por parte dos agentes de segurança até que as denúncias cheguem oficialmente às autoridades policiais competentes.
Na sexta-feira (8/3), o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) subiu o tom contra as críticas feitas à ação policial. “Sinceramente, nós temos muita tranquilidade em relação ao que está sendo feito. E aí, o pessoal pode ir na ONU, na Liga da Justiça, no raio que o parta, e eu não estou nem aí”, disse Tarcísio.