BR-319 recebe primeira passagem superior para evitar atropelamento de animais ameaçados de extinção

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Manaus/AM – Foi instalada, nesta quinta-feira (27), a primeira passagem superior de fauna na BR-319, rodovia que liga Manaus, capital do Amazonas, a Porto Velho, em Rondônia. É a primeira vez que uma rodovia na Amazônia recebe uma estrutura desse tipo antes da pavimentação. 


Construída a nível de dossel – na altura da copa das árvores –, a estrutura foi planejada para atender especialmente a fauna arborícola, ou seja, aqueles animais que só se locomovem pelo alto. Entre os mais beneficiados estão os primatas, que ganham atenção já que, no Brasil, 40% das espécies de primatas estão ameaçadas de extinção e a Amazônia concentra a maior diversidade delas.


A passagem de fauna da BR-319 foi projetada considerando a locomoção do macaco barrigudo (Lagothrix lagotricha), e do macaco aranha da cara preta (Ateles chamek), considerados, respectivamente, como “vulnerável” ao risco de extinção e “em perigo”, de acordo com a Lista Vermelha da International Union for Conservation of Nature (IUCN). Além destas duas espécies prioritárias presentes na região, também serão beneficiados o macaco zogue-zogue, macaco prego, bugios, mico de cheiro, sauim-da-boca-branca, e uma infinidade de outros primatas, marsupiais, roedores como ouriços cacheiros e, eventualmente, répteis arborícolas.


De acordo com o diretor de Conservação da WCS, Marcos Amend, a implantação da estrutura emprega uma tecnologia inédita no Brasil e busca compor as medidas de mitigação dos impactos diretos da BR-319, que está em processo de licenciamento para repavimentação. O local escolhido para a implementação é singular pela alta taxa de endemismo, sendo lar de espécies de animais e plantas que só existem nesta região.


Fragmentação florestal reflete na perda de fauna – Além de prevenir o atropelamento de animais, as passagens superiores de fauna também promovem a reconexão dos fragmentos florestais separados pela abertura da rodovia e contribuem para a reconexão de habitats e de espécies essencialmente arborícolas.


A BR-319 já contava com estruturas para a fauna terrestre: são as passagens inferiores de fauna. Em algumas delas, a WCS instalou, nesta semana, armadilhas fotográficas para o monitoramento da fauna. As informações colhidas ajudarão a nortear outras ações de mitigação.


 



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