O major-general Aharon Haliva, chefe da Diretoria de Inteligência Militar das Forças de Defesa de Israel, anunciou sua renúncia nesta segunda-feira (22/4). O motivo é o papel dele nos fracassos que levaram ao ataque do grupo terrorista Hamas em 7 de outubro.
Haliva deixará o serviço militar assim que um substituto for nomeado, disse comunicado das Forças de Defesa de Israel (FDI).
Logo que seu pedido for aceito, ele será o primeiro oficial superior das FDI a renunciar devido ao ataque de 7 de outubro. Havia um outro general da inteligência que planejava abdicar ao cargo, porém, desistiu ao ser diagnosticado com câncer.
O militar não foi o único a assumir falhas na invasão do Hamas em 7 de outubro. O chefe da Agência de Segurança, Shin Bet, também admitiu, mas não se mobilizou para se retirar do cargo.
Após o ataque de 7 de outubro, Haliva reconheceu que teve responsabilidade pelas falhas que permitiram ao Hamas pegar Israel desprevenido. Entretanto, estendeu sua permanência por causa da guerra na Faixa de Gaza.
“Agora, mais de meio ano depois, com o lançamento de investigações [internas], apresento a minha demissão”, escreveu ele em uma carta.
Falha militar
Naquele 7 de outubro, 3 mil homens do Hamas entraram em território israelense e mataram cerca de 1.200 pessoas em Israel, com outras 253 pessoas feitas reféns.
Na carta, Haliva aponta que “com a autoridade vem uma grande responsabilidade”. “A Direção de Inteligência sob o meu comando não cumpriu a sua tarefa. Carrego aquele dia comigo desde então, todos os dias, todas as noites. Suportarei para sempre a terrível dor da guerra”, escreveu.
Ele também apoiou a criação de uma comissão de inquérito e pediu que o grupo fosse “capaz de investigar e descobrir de forma completa, aprofundada, abrangente e precisa todos os fatores e circunstâncias que levaram aos graves acontecimentos”.