Não podia ter outro fim a não ser uma grande “lambança” o plano de golpe do ex-presidente Jair Bolsonaro. Depois que o general Braga Neto chamou de “cagão” o então comandante do Exército, Freire Gomes, por não aderir ao movimento, o termo dominou as reuniões da equipe ministerial e só podia resultar na “cagada” final, que o ex-presidente não previu: a delação do ajudante de ordem e homem de confiança, Mauro Cid, que entregou vídeo e registro de falas da reunião na qual Bolsonaro cobrou fidelidade e empenho na divulgação de mentiras para comprometer o processo eleitoral.
Nas reuniões mantidas por Bolsonaro com a equipe de governo, Mauro Cid era apenas um ouvinte, mas gravava tudo e armazenava documentos em seu celular. Foram esses documentos, entregues à Polícia Federal, que balizaram a operação de quinta-feira e que amanheceu na porta do ex-presidente, coletando novas e comprometedoras provas.
Todo mundo sabe que não houve golpe, sequer uma tentativa frustrada diante de forte reação da sociedade. Mas o plano existiu, está provado, com Bolsonaro e seu entorno se complicando a cada dia. Será preso? Provavelmente. Mas como no Brasil nada é permanente e o Judiciário é flutuante em suas decisões, ele pode em algum momento ressurgir das cinzas, como o milagre ocorrido com Lula, que saiu da prisão para se candidatar e vencer as eleições de 2022.
Se aconteceu o milagre da ressurreição com Lula, pode acontecer com Bolsonaro…