A investidores, Boulos diz que não defenderá só “convicções” do PSol

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São Paulo — O deputado federal Guilherme Boulos (PSol), pré-candidato à Prefeitura de São Paulo, disse que não representará as “convicções ideológicas” de seu partido para governar a cidade, durante um encontro com investidores financeiros, nesta sexta-feira (19/4), na capital paulista.

Boulos citou como exemplo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), seu aliado político, e disse que irá “governar para todos” caso seja eleito em outubro deste ano.

“Se você olhar o programa do PT, quando o Lula foi eleito presidente da República, e olhar o governo do PSol se eu tiver oportunidade de ser eleito, nós vamos entender uma coisa: que quando alguém senta em uma cadeira, essa pessoa não representa só o seu partido”, afirmou Boulos.

O deputado do PSol é descrito por seu principal adversário, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), como um “radical”, e tem buscado formas de reduzir os índices de rejeição à sua candidatura, demonstrados pelas pesquisas de intenção de voto.

No evento desta sexta, ele foi questionado sobre o radicalismo do PSol. Boulos defendeu seu partido, mas procurou se distanciar da legenda.

“Primeiro, vou falar da minha atuação para entrar na questão partidária. Sou deputado há um ano e quatro meses. Em um ano, aprovei três projetos de lei na Câmara dos Deputados. Esses projetos tiveram apoio do União, PSDB, PP e Republicanos. Só do PL que não teve. Como se constrói isso? Obviamente, com diálogo”, disse Boulos.

“Agora, um partido não governa sozinho e um prefeito não governa só para seu partido. Você não tem que representar só as convicções ideológicas do seu partido, você tem de representar a cidade.”

O deputado disse, contudo, que não está no partido “por acaso” e que essa abertura a outras correntes ideológicas é de conhecimento da legenda.

“A questão é as pessoas entenderem, e as pessoas do meu partido entendem perfeitamente, que quando a gente se desafia a governar uma cidade tão complexa, com tanta pujança e tantos setores como São Paulo, você tem de dialogar com todos os setores e buscar construir consensos.”

PSol x bolsonarismo

O evento ocorreu no escritório da consultoria de investimentos Prada Assessoria, para um público de cerca de 30 pessoas. A empresa afirmou que também prevê encontros com a deputada federal Tabata Amaral (PSB) e com o prefeito Ricardo Nunes (MDB) até junho.

Embora o debate com o deputado, nesta sexta, tenha ocorrido em clima ameno, Boulos demonstrou irritação ao ouvir que o comportamento “radical” do PSol era semelhante ao de bolsonaristas no Legislativo.

“Acho importante a gente demarcar sempre. O PSol é um partido que você pode discordar de todas as posições. Mas o PSol é democrático, senta para dialogar. Sou candidato do PSol e estou civilizadamente dialogando com vocês aqui em uma financeira. Não vamos confundir as estações porque acho que isso não ajuda no debate”, disse Boulos.



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