O médico Anoar Samad é o sexto secretário em seis anos a passar pelo sistema de saúde do Amazonas e ir embora. É natural que um secretário peça demissão. O que Samad não fez foi externar sua frustração com as seguidas tentativas de boicote ao seu trabalho. Fez diferente: elogiou posturas do governo que não existiram e que seriam necessárias para convalidar uma tentativa, talvez a última, de calafetar um barco que faz água e pode naufragar.
O risco da saúde não é apenas afundar, é repetir erros do passado, terminar tristemente em um Wine Bars, alcoolizando todo o sistema e o tornando irrespirável.
Fala-se agora em entregar os hospitais a uma organização social de saúde. Parece um bom caminho, mas é preciso saber o histórico daquelas que pretendem aceitar essa peleja, se têm lastro, uma estrutura sólida, patrimônio compatível com os desafios que terão pela frente, uma retaguarda capaz de tocar o sistema sem onerar ainda mais o poder público. Ganhar pelo que produzem e mostrar eficiência.
Tudo pela economicidade, pela qualidade dos serviços, pela produtividade, nunca para fomentar, mais ainda, a política de conchavos que predomina no País e que gera corrupção, canalizando recursos fabulosos para o bolso de empresários e políticos inescrupulosos.