Agora é um doleiro que quer a bênção do STF contra multa milionária

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Na esteira das decisões do ministro Dias Toffoli, do STF, que suspenderam o pagamento das multas dos bilionários acordos de leniência da J&F e da Odebrecht, mais um delator da Operação Lava Jato pediu ao ministro o mesmo benefício.

Desta vez, foi a vez do doleiro Adir Assad, preso duas vezes na Lava Jato e condenado a 9 anos e 10 meses de prisão por supostos crimes de corrupção ativa, lavagem de dinheiro e associação criminosa.

No pedido de extensão direcionado a Toffoli, os advogados de Adir Assad pediram que a multa de R$ 50 milhões de reais prevista em seu acordo de colaboração com o Ministério Público Federal seja suspensa até que ele tenha acesso integral às mensagens trocadas entre procuradores da Lava Jato no Telegram.

O material foi roubado por hackers e apreendido pela Polícia Federal na Operação Spoofing. Toffoli decidiu em setembro de 2023 garantir acesso ao acervo da “Vaza Jato” a todos os investigados na Lava Jato.

Nos chats, conforme reportagens anexadas pela defesa de Adir Assad na petição a Toffoli, procuradores conversaram entre si sobre denunciar o doleiro para forçá-lo a delatar. Também há mensagens a respeito de uma suposta preocupação do relator da Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), João Pedro Gebran Neto, sobre “provas de autoria fracas” contra Assad no julgamento de segunda instância.

A defesa do doleiro questionou a voluntariedade de sua delação e sustentou que, diante do quadro pintado pelas mensagens, Assad foi uma “vítima” da força-tarefa da Lava Jato ao assinar sua delação, “guiado pela insensatez daqueles que sonham com a liberdade”.

Assim, teria concordado com termos draconianos, como a multa de R$ 50 milhões, que ele não quitou, 3 anos de prisão em regime fechado, 2 anos em regime aberto e 2 anos de prestação de serviços comunitários.

Como não pagou a multa, disseram os advogados, Assad foi impedido de progredir de regime e é monitorado há 6 anos por uma tornozeleira eletrônica.

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