O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) foi escolhido como substituto de Renan Calheiros (MDB-AL) para compor a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apura as ações da petroquímica Braskem em Maceió (AL). A informação foi divulgada nesta quinta-feira (29/2), pela liderança do MDB.
Calheiros decidiu deixar o colegiado na última quarta-feira (21/2) após ser escanteado para a relatoria do CPI. O senador alagoano pleiteava a vaga desde o fim de 2023. Ele foi responsável pelo requerimento e pela coleta de assinaturas para instalar a CPI.
No entanto, o presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM), designou o senador Rogério Carvalho (PT-SE) para a relatoria. Aziz reconheceu a preocupação de Calheiros com Alagoas, mas afirmou que a escolha de Carvalho para a relatoria garantirá uma investigação “isenta”, já que o parlamentar é de outro estado.
Durante a sessão, Renan parabenizou Rogério Carvalho pela conquista da relatoria, mas disse que não concorda com a escolha. O emedebista decidiu, então, deixar a comissão.
“Respeito o Rogério, é um dos grandes senadores da casa, é um amigo. Mas não vamos aceitar, porque esta designação é prejudicial aos interesses do nosso estado. E portanto, mesmo tendo criado esta CPI, colhido assinaturas, estabelecido o fato determinado, deixo essa Comissão Parlamentar de Inquérito exatamente por não concordar com o encaminhamento dessa relatoria”, concluiu o alagoano.
O líder do MDB no Senado, Eduardo Braga (AM), já protocolou ofício para pedir a alteração dos membros da CPI.
Atuação da CPI da Braskem
Por ter sido instalada no fim do ano legislativo, a comissão não teve outras atividades em 2023. Com a retomada dos trabalhos no pós-carnaval, em fevereiro deste ano, a mesa diretora da CPI deve montar um plano de trabalho para as reuniões.
O colegiado investigará a atuação da empresa petroquímica dona das minas de sal-gema que causam o afundamento de bairros inteiros em Maceió. Uma das minas, no bairro de Mutange, já afundou mais de dois metros após sucessivos tremores no último mês. Mais de 40 mil moradores já precisaram deixar a região das minas, em um drama que segue em andamento.
A comissão é composta por 11 membros titulares e sete suplentes e tem, inicialmente, 120 dias para colher depoimentos. O prazo pode ser prorrogado pelo presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).