O entregador de aplicativo Mabson dos Santos acusa a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) de discriminação racial depois de ter a aprovação por cotas raciais negada pela instituição. Santos, de 29 anos, tenta reverter a decisão na Justiça para estudar educação física.
A Comissão de Heteroidentificação da UFU rejeitou a autodeclaração de Mabson dos Santos no ano passado. Se obtivesse um parecer favorável, teria começado a estudar na universidade pública no último dia 8.
Desde então, o entregador apresentou um recurso à UFU e acionou a Justiça duas vezes, sem sucesso. Sua defesa, liderada pela entidade Rede Liberdade, afirma que a universidade federal rejeitou o candidato sem justificar a decisão, o que viola as regras do colegiado.
“Sou um homem preto. Na minha realidade, enfrento diariamente o racismo pelo meu fenótipo. Na hora de ser reconhecido como homem preto por direito, não fui”, afirmou Mabson dos Santos, acrescentando que se dedicou aos estudos do vestibular durante todo o ano passado.
Segundo os processos movidos pelo entregador, ele já estaria estudando educação física caso tivesse feito inscrição apenas pelas cotas destinadas a estudantes do ensino médio de escola pública e de baixa renda.