Estados O Amazonas está entre os dez estados do Brasil com maior aumento no número de casos de dengue. Os dados estão no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinen), compilados pelo Ministério da Saúde no Painel de Monitoramento das Arboviroses e consultados na manhã desta quarta-feira (31/10), segundo informações do jornal O Globo.
O Brasil vive uma alta de dengue que já levou ao menos dois estados – Minas Gerais e Acre – e o Distrito Federal a decretarem situação de emergência pela doença. Os números chamam a atenção uma vez que o país já vivia um cenário de crescimento nos últimos dois anos, tendo ultrapassado mil mortes pela primeira vez em 2022 e superado esse recorde no ano seguinte.
Segundo dados do Sinen, foram 232.990 casos identificados no país nas quatro primeiras semanas epidemiológicas de 2024, período que foi até o último dia 27. Enquanto isso, no mesmo período em 2023 foram registrados 65.366, o que revela um crescimento nacional de 252% da doença.
O cenário, porém, não é o mesmo em todos os 26 estados e no Distrito Federal. Levantamento do jornal baseado nos dados do painel mostram que o local que apresenta o maior aumento de dengue em 2024 é o Rio Grande do Sul, onde chega a ser de 2.825%.
Na sequência, estão os outros dois estados da região Sul: Santa Catarina, com uma alta de 1.668%, e Paraná, com 1.302%. Em média, a região vive um aumento de 1.400% dos casos de dengue, o maior entre as cinco do Brasil. A doença não era tão comum nesses estados devido às baixas temperaturas, mas tem avançado nos últimos anos.
Depois de RS, SC e PR, completam a lista dos 10 estados com maior alta de dengue em 2024 o Rio de Janeiro, com 1.130%; o Distrito Federal, com 1.032%, o Amapá, com 493%; Roraima, com 488%; Minas Gerais, com 390%; Amazonas, com 366% e Acre, com 355% mais diagnósticos do que no ano passado.
Entre as regiões, depois da Sul a que teve o crescimento mais expressivo foi a Sudeste, de 262%. Em seguida, veio a Centro-Oeste, com 242% mais casos, e a Norte, com uma alta de 54%. Já a região Nordeste é a única que, na contramão, identificou uma queda da dengue, de 14%, em relação a 2023.
Já em termos de incidência, ou seja, os estados mais afetados por terem a maior proporção de casos por mil habitantes, quem lidera a lista é Brasília com 1.081,1 infecções a cada 100 mil pessoas. Depois, está MG, com 361; Acre, com 321,6; Paraná, com 254,7; Goiás, com 190,8; Espírito Santo, com 158; Rio de Janeiro, com 105,3; Amazonas, com 94,2; São Paulo, com 84,5, e Santa Catarina, com 74,3.
Brasil
O crescimento da dengue em 2024 chama atenção devido aos aumentos já alarmantes nos últimos dois anos. Em 2023, o país bateu o recorde de mais mortes causadas pela doença. Foram 1.094 óbitos confirmados, o que superou o ano anterior, 2022, que contabilizou 1.053 vidas perdidas, número acima de mil pela primeira vez na série histórica.
Em relação aos casos, os dados do Ministério da Saúde mostram que foram 1.658.816 diagnósticos prováveis da infecção pelo vírus em 2023, 52.871 com evolução para hospitalização. O número é mais baixo apenas que 2015, quando o Brasil atingiu o recorde de 1.688.688 casos de dengue.
Vacinação
O Ministério da Saúde anunciou que 521 cidades receberão unidades da vacina contra a dengue Qdenga, da farmacêutica japonesa Takeda, para a campanha de 2024 na rede pública, primeira do mundo com o imunizante.
Devido ao quantitativo limitado de doses que o laboratório consegue produzir, nesse primeiro momento foram priorizados jovens de 10 a 14 anos residentes de municípios com mais de 100 mil habitantes e alta transmissão de dengue. A previsão é que a campanha comece em fevereiro.
A vacina também pode ser encontrada na rede privada por valores que vão de R$ 390 a R$ 490 a dose, segundo levantamento do GLOBO. Como o esquema envolve duas aplicações, com um intervalo de três meses entre elas, o preço final fica de R$ 780 a R$ 980.