A Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas – Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), vinculada à Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (SES-AM), divulgou, nesta segunda-feira (31/07), o Boletim Epidemiológico da Mortalidade por Acidentes de Transporte Terrestre no Amazonas, no período de 2018 a 2022.
O Boletim Epidemiológico da Mortalidade por acidentes de transporte terrestre no Amazonas, no período de 2018 a 2022, apresenta o registro de 2.070 óbitos por acidentes de transporte terrestre, o que representa 13,7% dos óbitos do Amazonas para o período notificados no Sistema de Informação de Mortalidade.
A análise destaca variação no número de óbitos por acidentes de transporte terrestre no Amazonas, saindo de 425 em 2018 para 437 em 2022. O que significa média de mais de uma morte por dia.
Na capital do estado, Manaus, o ano de maior número de óbitos por esse tipo de acidente foi em 2022, com 289 óbitos. E no interior do estado, o ano de 2018 apresentou maior número de óbitos por acidentes de transporte terrestre, com 166 óbitos.
Entre os municípios amazonenses, Japurá apresenta a maior taxa de mortalidade por Acidentes de Transporte Terrestre, (ATT) (óbitos/100 mil habitantes) para os anos de 2018 e 2019, Apuí para 2020 e 2022, e Jutaí para 2021.
O boletim destaca, ainda, que, em 2022, a predominância dos óbitos por acidentes de transporte terrestre é do sexo masculino com idade entre 20 e 49 anos. Metade (50,1%) dos óbitos foram de motociclistas, seguidos de pedestres (26,3%) e ocupantes de automóvel (12,1%). Os dias de maior ocorrência desse tipo de acidente foram sábados, domingos e segundas-feiras, sendo o domingo o dia de maior registro, com 98 óbitos.
O boletim destaca dados consolidados a partir do Sistema de Informação de Mortalidade, oficial do Ministério da Saúde, e compõe um instrumento da Vigilância em Saúde do Amazonas, por meio da Vigilância de Violências e Acidentes (Viva) da Gerência de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis (Gvdant), no Departamento de Vigilância Epidemiológica (DVE) da FVS-RCP.
Segundo a diretora-presidente da FVS-RCP, Tatyana Amorim, o objetivo do documento é apresentar o cenário de mortes por acidentes de transportes terrestres no Amazonas, com o objetivo de subsidiar intervenções públicas a serem pautadas na realidade regional e contribuir para redução dos índices de óbitos por esse tipo de acidente e a valorização da vida no trânsito no Amazonas.
“Ao analisar o cenário de óbitos por acidentes de transporte terrestre, os gestores públicos podem implementar medidas que abordem a realidade local de forma direcionada. Na Saúde, os acidentes resultam em lesões graves, incapacitações permanentes e até mesmo óbitos prematuros. É preciso investir em ações de prevenção a acidentes de trânsito para promover a valorização da vida e também prevenir impacto no sistema de saúde”, ressalta Tatyana.
A coordenadora da Vigilância de Violências e Acidentes na FVS-RCP, Cassandra Torres, acrescenta que a ação integrada de instituições é essencial para a implementação de intervenções públicas. “É necessária uma abordagem colaborativa que permita a troca de informações, experiências e conhecimentos, que podem levar a uma melhor compreensão dos fatores de risco associados aos acidentes de transporte terrestre no Amazonas”, enfatiza.
Na FVS-RCP, a Gerência de Vigilância de Doenças e Agravos Não Transmissíveis (Gvdant), no Departamento de Vigilância Epidemiológica (DVE) da FVS-RCP, coordena o Programa Vida no Trânsito no Amazonas. A iniciativa é conduzida pelo Ministério da Saúde no âmbito nacional.
O objetivo do programa é reduzir lesões e mortes no trânsito, conforme proposto pela Década de Ação pela Segurança no Trânsito (2021-2030), iniciativa mundial da Organização Mundial da Saúde (OMS). O Programa Vida no Trânsito no Amazonas está em processo de expansão sendo implantado em 11 municípios do estado: Manaus, Manacapuru, Rio Preto da Eva, Itacoatiara, Presidente Figueiredo, Tabatinga, Tefé, Maués, Coari, Humaitá e Parintins.
Homicidíos
No período de 2018 a 2022 o estado do Amazonas totalizou 114.511 óbitos notificados no Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM). Deste total, 15.061 (13,2%) foram óbitos por causas externas, sendo, 8.006 (53,2%) por homicídio, 2.070 (13,7%) por Acidentes de Transporte Terrestre (ATT), 1.386 (9,2%) por suicídios, 3.371 (22,4%) por outras causas externas e 228 (1,5%) por causas externas indeterminadas.O s dados são do Boletim da FVS.