A morte de Yevgeny Prigozhin, líder do Grupo Wagner, exército de mercenários que atuou na invasão à Ucrânia, foi confirmada por análise genética, informaram neste domingo (27/8) autoridades russas. Prigozhin ficou mais conhecido, recentemente, por ameaçar o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e morreu em um acidente aéreo na quarta-feira (23/8).
Segundo informações do Comitê de Investigação russo, a confirmação veio após a realização de uma “análise genética molecular” e foi estabelecido que as identidades das 10 vítimas cujos corpos foram encontrados “correspondem à lista” de passageiros e tripulantes do avião.
Além de Prigozhin (foto em destaque), da lista de passageiros constavam seu vice, Dmitri Utkin, além de Sergei Propustin, Yevgeny Makaryan, Alexander Totmin, Valery Chekalov e Nikolai Matuseyev. Os tripulantes foram identificados como capitão Alexei Levshin, copiloto Rustam Karimov e comissária de bordo Kristina Raspopova.
Veja vídeos do momento da queda:
O acidente ocorreu na tarde de quarta (23/8) na rota que o jato de fabricação brasileira Embraer Legacy 600 fazia entre Moscou e São Petersburgo, um dia depois de Yevgeny Prigozhin reaparecer em suas redes sociais com um vídeo que teria sido gravado durante operações do Wagner na África.
O jato tinha matrícula RA-02785, e desde 2019 estava sob sanção dos Estados Unidos por ser considerado de propriedade de Prigozhin. Ele foi visto embarcando na aeronave diversas vezes, inclusive quando foi para Belarus após o motim fracassado de 24 de junho deste ano.
Veja imagens do local do acidente:
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Yevgeny Prigozhin
Nascido em 1961 em São Petersburgo, o oligarca Yevgeny Prigozhin fundou o Grupo Wagner em 2014, registrando-o como “companhia militar particular” (forças mercenárias são tecnicamente ilegais na Rússia).
Quando o presidente russo, Vladimir Putin, ordenou a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, a milícia, notória por sua brutalidade, lutou ao lado do Exército russo regular, chegando a capturar a cidade de Bakhmut. Em 23 de junho de 2023, contudo, frustrado com a liderança militar, que classificava como ineficaz, Prigozhin encenou um motim, mobilizando suas tropas para entrarem em Moscou numa “marcha pela justiça”.
Após as negociações, a operação foi suspensa. Apesar de Putin classificá-la como “traição” e “facada nas costas” e prometer punir os perpetradores, o Kremlin concedeu impunidade ao oligarca, sob a condição de que emigrasse para Belarus. Desde então, contudo, especula-se até que ponto a ira do presidente russo estava realmente apaziguada.
Apesar do banimento, no fim de julho Prigozhin apresentou-se na cúpula para a África em São Petersburgo, acompanhado por um representante da República Centro-Africana. Em 21 de agosto, canais do Telegram ligados ao Grupo Wagner divulgaram um vídeo no qual o líder mercenário sugeria estar na África para torná-la “ainda mais livre” – e a Rússia “ainda maior em todos os continentes” –, e convocava recrutas para a luta.