A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, se posicionou nas redes sociais sobre o caso do entregador baleado por um policial militar que se recusou a buscar o pedido na portaria do prédio, na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O caso ocorreu na noite dessa segunda-feira (4/3). A ministra classificou o ocorrido como “violência contra o povo negro”.
Anielle pediu uma reunião com o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, para que o crime contra o entregador seja tratado como prioridade. “Não podemos aceitar que a violência siga tendo pessoas negras como alvos prioritários”, escreveu a ministra. Veja na íntegra:
Mais um dia iniciando com notícias tristes de violência contra o povo negro. Solicitei ontem uma reunião com o Ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, e vou inserir na pauta de prioridades o caso do entregador que foi baleado por um policial no Rio de…
— Anielle Franco (@aniellefranco) March 5, 2024
O caso
O entregador Nilton Ramon de Oliveira, 24 anos, foi baleado na coxa pelo policial militar Roy Martins Cavalcanti, na noite de segunda-feira (4/3), na Zona Oeste do Rio de Janeiro. Nilton e o policial se envolveram em uma discussão depois que Roy exigiu que o entregador subisse no apartamento para deixar o lanche.
De acordo com as diretrizes de aplicativos de entrega, os profissionais não são obrigados a subir até as casas dos clientes. Entretanto, mesmo após a explicação, os dois começaram a discutir pelo bate-papo do aplicativo de entrega de pedidos. Com Roy se recusando a descer para pegar o pedido, Nilton acionou o protocolo de devolução e retornou à loja, mas foi seguido pelo policial, que estava armado.
O entregador chegou a gravar a briga, que teve início na Praça Saiqui. Veja:
Roy Cavalcanti efetuou os disparos contra Nilton e prestou depoimento na 30ª DP (Marechal Hermes). A Corregedoria da Polícia Militar abriu procedimento interno para investigar o caso.
A vítima passou por cirurgia e segue internado no Centro de Tratamento Intensivo do Hospital Municipal Salgado Filho, nesta terça (5/3). Entregadores de aplicativo fizeram um protesto.