Pincel, tinta e… cinzas da Amazônia. São esses os recursos utilizados por 29 artistas contemporâneos de vários países para criar obras de arte que retratam o bioma de alguma forma. Parte dos criadores é composta por artistas indígenas.
Eles coletaram as cinzas e o carvão em regiões que sofreram com queimadas na floresta amazônica. Depois, criaram pigmentos, tintas e nanquim utilizando este material.
Entre os artistas, há um brasileiro. O indígena Aislan Pankararu é autor da obra “Encontro da argila branca com genipapo”, em que é possível observar a combinação das cinzas nas cores branco, vermelho e preto.
Além dele, a pintora Gokula Stoffel fez uma imagem colorida que contrasta com o fundo preto. À obra, ela deu o nome ‘Sonhando conosco, sementes brotando’.
Simon Butler, da ONG Migrate Art e um dos criadores do projeto, retratou um homem indígena em uma pintura detalhada.
Já a pintora Sarah Ball retratou uma representante da corujinha-do-Xingu, que você pode ver abaixo.
Retorno às comunidades indígenas da Amazônia
As obras fazem parte do projeto “From the Ashes”, ou “Das Cinzas”, em tradução livre para o português. Uma iniciativa da ONG Migrate Art em parceria com a People’s Palace Projects, o programa visa apoiar comunidades vulneráveis e, para isso, utiliza a arte.
Eles contaram com o apoio dos povos Wauja e Kuikuro, que apresentaram a região de queimadas da floresta amazônica.
Agora, as obras estão expostas em um centro cultural de Londres chamado The Truman Brewery. Posteriormente, no início do mês de março, a ONG colocará as peças em leilão. Com o valor arrecadado, a Amazônia receberá seu retorno.
Duas comunidades dos povos Xingu receberão equipamentos e treinamento para combate a incêndios. Além disso, o dinheiro financiará também iniciativas de reflorestamento no território amazônico.