São Paulo – Estudantes da Universidade de São Paulo (USP) acusam a Atlética dos cursos de Farmácia e Bioquímica de racismo após uma publicação da entidade no Instagram.
A postagem, que imita a identidade visual das playlists de artistas no Spotify, traz a foto da presidente da entidade com a descrição “Para dar ordens e chicotadas [sic]. Dê play nos sucessos da Sinhá!”.
O caso aconteceu na última quinta-feira (7/3). Após uma leva de acusações de racismo, a associação apagou a publicação. As críticas, no entanto, continuaram.
“Não adianta apagar Atlética Farma USP, todos nós vimos um post nitidamente racista e vocês apagarem e [ficam] fingindo que nada aconteceu”, disse um estudante negro no X (antigo Twitter).
Na sexta-feira (8/3), a Atlética divulgou um pedido de desculpas no Instagram.
“Entendemos agora que o que foi dito tem uma interpretação errada e sentimos muito por todos e qualquer um que se sentiram ofendidos. Erramos e estamos nos retratando publicamente”, disse a nota. A retratação, no entanto, gerou uma nova onda de críticas.
“Interpretação errada? Qual outra interpretação possível para chicotadas? Sucessos da Sinhá? Quais ações serão tomadas pela atlética para evitar que situações assim ocorram? Racismo é crime, isso é inadmissível”, comentou a página dos Coletivos Negros da USP.
“Foi só racismo mesmo, não teve interpretação errada”, afirmou outra aluna.
Após os comentários, a Atlética publicou uma nova nota em que assume o caráter racista da frase utilizada na primeira postagem e se desculpa também pela retratação anterior.
“Reconhecemos nosso erro e pedimos sinceras desculpas, mesmo sabendo que essas não justificam o que fizemos e não resolvem nada, mas acreditamos que seja o primeiro passo”. afirma a entidade.
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Procurada pelo Metrópoles para comentar o caso, a Diretoria da Faculdade de Ciências Farmacêuticas afirma que recebeu, na última sexta-feira (8/3), uma denúncia de racismo praticada pela Atlética nas redes sociais.
“Ressaltamos que esta Diretoria considera inadmissível toda e qualquer forma de preconceito e racismo e já está tomando as devidas providências legais junto aos órgãos competentes da Reitoria”, afirma a diretoria.
Na nota, a faculdade afirma que está trabalhando em conjunto com o Núcleo de Direitos Humanos, Ouvidoria e Comissão de Inclusão e Pertencimento (CIP) “em busca da melhor forma de atuação nesse caso”. Segundo a assessoria de imprensa da instituição, a faculdade espera agora o retorno da Procuradoria Geral da USP para dar prosseguimento ao caso.