Bia Santana fez sucesso nas telas da TV Globo ao dar vida à personagem Vic, em Elas por Elas. A jovem, de 20 anos, chegou a falar sobre representatividade negra nos folhetins da emissora e a felicidade em estar podendo ter o seu espaço tão cedo e ainda inspirar outras meninas. Acontece que a coluna Fábia Oliveira descobriu que a modelo não tem DRT, o famoso registro profissional para atuar.
Procurado pela coluna, o presidente do Sindicato dos Artistas do Rio, Hugo Gross, confirmou que Bia Santana não possui o registro. Além disso, segundo ele, nem mesmo uma autorização especial foi solicitada pela TV Globo para a jovem.
“É surreal ver que a gente fica sempre lutando pela categoria, pelos direitos trabalhistas, pelos artistas que realmente são formados… Em respeito a dona Fernanda Montenegro, ao senhor Carlos Vereza e tantos outros atores que lutam e lutaram pra gente regulamentar uma categoria e ver mais uma vez uma empresa tão forte, tão bacana como a Rede Globo escalar ‘sem eira nem beira’ uma menina que não tem registro nenhum e não foi pedido autorização nenhuma”, disparou ele.
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Hugo Gross enfatizou não ter nada contra Bia Santana, mas voltou a mencionar a importância de se respeitar a categoria artística.
“Eu não tenho nada contra a casa , nada contra os diretores, a instituição, nem nada contra essa moça. Até porque a lei não está proibindo de trabalhar, nós não queremos isso. Nós queremos apenas o respeito com a categoria, o respeito artístico. É só pedir uma autorização especial e narrar o porquê que está colocando ela e não está colocando tantos outros atores. Só isso”, explicou ele.
E completou: “De repente a moça canta, dança, sapateia, fala inglês e eles precisam. Então assim, é uma boa justificativa. Mas a gente, de repente, tem também dentro do nosso quadro pessoas que estão aí passando o chapéu e trabalhando e tem registro. No caso dessa moça, ela não tem registro. Ela fez a novela inteira sem registro, sem autorização”.
O presidente do Sindicato dos Artistas do Rio também falou sobre tomar medidas mais drásticas para esses casos.
“Agora a gente tem que fazer o quê? Entrar com a Justiça. É coisa que o sindicato não quer. O sindicato quer trocar ideia, o sindicato está aqui pra conversar, pra dialogar. Eu acho que a lei tem que ser respeitada, a memória de grandes artistas tem que ser respeitada, é isso que faz a diferença”, falou.
Em seguida, Hugo Gross criticou a escolha em escalar influenciadores para novelas.
“Querem enfia goela à dentro da sociedade e pegam os influencers que depois são mal falados e colocados aos leões. Colocam sem ao menos terem passado por um curso preparatório. Quantos atores estão ali contratados e não participam de absolutamente nada? Tem que acabar com isso. O sindicato está aqui para tomar, a partir de agora, medidas bem sérias, cabíveis dentro da Justiça”, encerrou.