Autora quer levar audiolivro sobre identidade brasiliense às escolas

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Um projeto cultural enraizado na identidade de Brasília e na tradição do Choro busca espaço nas escolas públicas do Distrito Federal, visando promover não apenas a valorização da cultura local, mas também a educação através da música e da história. O audiolivro A Lua Curiosa e o Planalto Central, da jornalista e escritora Marina Oliveira, conta, através de um dos ritmos mais tradicionais do Brasil, as aventuras da lua cheia desde a construção da cidade até os dias atuais.

O Estação do Choro, coletivo fundado por Marina em parceria com Gabriel Carneiro em 2019, tem como objetivo difundir o Choro para além dos espaços tradicionais, levando-o a novos públicos, especialmente nas periferias da capital. Nesse contexto, em 2020, Marina teve a inspiração de criar um audiolivro que não apenas narrasse a história de Brasília, mas a conectasse com a tradição do Choro para mostrar o gênero também a crianças e adolescentes.

“Meus avós vieram para Brasília em 1957. Eu cresci ouvindo memórias da construção de Brasília. Eu sou uma brasiliense muito orgulhosa. E eu tenho uma relação com a Lua cheia, que é um dos símbolos aí de Brasília. Todo mundo que é brasiliense tem histórias ao longo da sua vida com essa lua cheia espetacular. E aí, pronto, veio a inspiração. E eu criei essa história, esse livro infantil, em que a lua curiosa narra a conquista de Brasília. Desde antes da construção, quando era só um Cerrado virgem, até os dias de hoje. E o fio condutor da narrativa é a música. Por isso que quando ele surgiu, eu falei, cara, isso não pode ser só um livro, isso tem que ser um audiolivro. Porque a música entrelaçada com a história é o grande diferencial dessa criação”, explicou Marina em entrevista ao Metrópoles.

O audiolivro está disponível para assinantes das plataformas Tocalivros, Ubook e Bamboleioapp, e pode ser comprado individualmente na Tocalivros, no entanto, o grande desejo de Marina é que o ele alcance as escolas públicas de Brasília, especialmente as crianças entre 9 e 11 anos, que começam a explorar a história do Distrito Federal. Apesar das tentativas pontuais, como oficinas realizadas em parceria com o Sesc e a feira do Livro de Brasília, ainda não houve uma implementação estruturada do projeto nas escolas.


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Marina enfatiza que o Choro de Brasília é marcado por sua juventude e vitalidade, e que é essencial trazer novos instrumentistas, especialmente das cidades satélites, para garantir a continuidade desse patrimônio cultural.

“Levar uma coisa dessas, que é lúdica, que é criativa, que traz música, memória, afetividade, tudo misturado, para crianças da rede pública do DF, levando os instrumentos juntos, fazendo a musicalização e mostrando a música como um instrumento fundamental de ensino da história também, eu acho que é uma maneira espetacular da gente ampliar em muito a identidade de Brasília com o Choro e garantir que patrimônio material vai ser preservado, porque também não adianta o Choro ser um patrimônio imaterial e não ter um investimento para que ele se torne, de fato, uma propriedade de todos os brasileiros e brasileiras. E isso se faz basicamente por meio da educação”, garante a escritora.

Enquanto aguarda apoio para sua iniciativa, Marina permanece esperançosa de que o projeto possa se concretizar e alcançar o público-alvo que tanto almeja. Para ela, mais do que o trabalho em si, o que importa é o impacto positivo que ele pode ter na vida das pessoas e na preservação da cultura brasiliense.



https:metropoles

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