Barroso sobre Elon Musk e STF: “Discussão que o mundo está travando”

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O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, comentou o embate entre o bilionário Elon Musk, dono da rede social X (antigo Twitter), e a Corte, que veio à tona após os ataques feitos pelo empresário à Justiça brasileira.

Barroso afirmou que considera o assunto encerrado, mas que, por trás do conflito, existe uma discussão mais complexa, “que o mundo inteiro está travando”, envolvendo o processo civilizatório e a questão democrática.

“A questão civilizatória é a preservação da liberdade de expressão. E, todavia, o enfrentamento de determinadas distorções graves representadas pelo ódio, pela desinformação deliberada, pelas teorias conspiratórias. Vivemos num momento em que precisamos enfrentar também a deterioração do processo civilizatório”, disse o ministro.

As declarações foram dadas à imprensa, neste domingo (14/4), durante a aplicação do Exame Nacional da Magistratura, em Belo Horizonte (MG).

O presidente da Suprema Corte destacou ainda que, do ponto de vista democrático, há uma articulação global de grupos que pregam ataques às instituições e que precisam ser enfrentados.

“Esses ataques, muitas vezes, se escondem atrás da liberdade de expressão, quando, na verdade, estamos falando de um modelo de negócio que vive do engajamento”, frisou Barroso.

“O engajamento, infelizmente, é mais motivado por ódio, mentira, ataques às instituições do que por um discurso racional e moderado. Portanto, acaba se estimulando o ódio e o ataque às instituições em nome da liberdade de expressão. Quando o que estão fazendo é ganhando dinheiro”, finalizou.

Elon Musk X STF

Na última semana, o empresário Elon Musk ameaçou descumprir decisões judiciais, por exemplo, reativando perfis que publicam desinformação nas redes. Elon alega que Moraes comete censura ao derrubar contas no X.

Alexandre de Moraes, como resposta, estabeleceu multa diária de R$ 100 mil para cada perfil do X que venha a ser reativado, descumprindo determinação do STF ou do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), incluiu Musk no inquérito que investiga uma suposta milícia digital e abriu inquérito para apurar se o bilionário cometeu crimes de obstrução à Justiça e incitação ao crime.

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