No início da tarde desta quarta-feira (10/4), por volta das 13h15, o Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira (B3), registrava queda de 1,20%, aos 128.307 pontos. Já o dólar estava em ascensão, cotado a R$ 5,07, com alta de 1,33%.
Tanto a Bolsa quanto a moeda americana foram afetadas pela divulgação na manhã desta quarta do índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) dos Estados Unidos. Ele mede a inflação no país e avançou 0,4% em março, acima da expectativa do mercado, que apontava para um aumento de 0,3%.
Essa nova demonstração de resistência da inflação dos EUA eleva o ceticismo dos analistas sobre uma eventual redução dos juros num prazo relativamente curto de tempo. Ela também fortalece a dúvida sobre a realização por parte do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) de três cortes da taxa neste ano, como o órgão havia previsto em março.
Depois da divulgação do CPI, as apostas do mercado sobre a manutenção dos juros no atual patamar (entre 5,25% e 5,50%) em junho, passaram de 42% para 79%, segundo a plataforma do CME Group. As chances de que ocorram somente dois cortes neste ano – ao contrário dos três previstos – subiram de 44,7% para 75,8%.
Impacto no Brasil
Os juros altos nos Estados Unidos aguça o interesse dos investidores por títulos do Tesouro americano, os Treasuries, considerados os ativos mais seguros do mundo. Em contrapartida, diminuem o apetite por aplicações de renda variável, com maior risco, como as ações negociadas em Bolsa – em especial, de países emergentes como o Brasil. O dólar, nesse cenário, também tende a se valorizar em relação ao real.