Cancelar o Festival de Ópera é virar as costas para a cultura

FAMOSOS


O cancelamento do Festival de Ópera pelo governo do Amazonas, que alega falta de recursos, revela, antes, uma inexplicável indiferença com a cultura. Se a justificativa parece razoável – “a busca do equilíbrio orçamentário e a manutenção de serviços prioritários”, o governo precisa explicar em que base ele avalia a cultura, sua dimensão e as transformações que irradia na sociedade.  


R$ 5 milhões para investir num festival que tem elevado o nome do Amazonas e gerado centenas de empregos, é muito pouco, mesmo em momento de suposta crise orçamentária e da necessidade de enviar recursos para municípios atingidos pela estiagem. 


O festival é realizado há 25 anos. Era hora da participação efetiva da iniciativa privada, de busca de parcerias para manter um festival reconhecido internacionalmente. 


É pouco, muito pouco, R$ 5 milhões que o governo alega não dispor para tocar o festival, mas recursos para a comunicação beiram os R$ 280 milhões. Para quê?


Para engordar os bolsos de empresários que monopolizam a publicidade, pressionam o governo para receber cada vez mais recursos, o que não deixa de ser uma forma de chantagem.


Rever a decisão é dar os braços ao Amazonas e sua gente. Cabe ao governador Wilson  Lima a iniciativa.



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