Carlos Bolsonaro é alvo da PF em operação sobre programa de espionagem da Abin

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O vereador do Rio de Janeiro Rio Carlos Bolsonaro é alvo de uma operação deflagrada pela Polícia Federal na manhã desta segunda-feira para apurar indícios de um esquema de espionagem ilegal na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) durante o governo de Jair Bolsonaro. O filho do ex-presidente é suspeito de ter sido um dos destinatários das informações levantadas de forma clandestina. O caso foi revelado pelo jornal O Globo em março do ano passado.

Além de Carlos Bolsonaro, um policial federal que integrava os quadros da Abin na gestão passada é alvo da operação deflagrada nesta segunda-feira no Rio de Janeiro e no Distrito Federal. A PF cumpre mandados de busca e apreensão na residência e no gabinete do filho do ex-presidente.

Na quinta-feira passada, a Polícia Federal realizou uma operação para apurar suspeitas de espionagem ilegal na Abin. O alvo foi o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), delegado da Polícia Federal e homem de confiança do clã Bolsonaro que dirigiu a Agência Brasileira de Inteligência durante boa parte do governo Bolsonaro.

Ramagem foi escolhido para assumir a Abin após ter coordenado a segurança de Jair Bolsonaro durante as eleições presidenciais em 2018. O delegado federal se aproximou de Carlos Bolsonaro, que o apoiou durante a campanha para deputado federal em 2022.

Reportagem do GLOBO, publicada de março do ano passado, mostrou que a Abin utilizou um programa secreto chamado FirstMile para monitorar a localização de pessoas pré-determinados por meio dos aparelhos celulares durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL). Após a reportagem, publicada em março, a PF abriu um inquérito e identificou que a ferramenta foi utilizada para monitorar políticos, jornalistas, advogados e adversários do governo.

A ferramenta foi produzida pela empresa israelense Cognyte (ex-Verint) e era operada, sem qualquer controle formal de acesso, pela equipe de operações da agência de inteligência.

A lista completa das pessoas espionadas irregularmente ainda não é conhecida, mas a PF já identificou indícios de que adversários políticos do ex-presidente foram alvos: entre eles estão o ex-deputado Jean Wyllys e David Miranda, deputado federal pelo PDT do Rio que morreu em maio retrasado.

Há ainda a suspeita de que foram feitas vigilâncias durante as eleições municipais e em regiões próximas ao Tribunal de Justiça do Distrito Federal (TJDFT), além de áreas nobres em Brasília e no Rio de Janeiro.

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