Ao longo dos 15 meses que levaram entre a Polícia Federal assumir as investigações do caso Marielle e a prisão dos supostos mandantes, em 24 de março, a PF teve uma colaboração discreta, mas importante: a ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge.
Dodge era a PGR quando Marielle foi assassinada e insistiu muito na federalização do caso, quando da primeira menção a Domingos Brazão. Na ocasião, teve a oposição do Ministério Público do Rio de Janeiro e até da família de Marielle, que não confiava na independência da PF sob o governo de Jair Bolsonaro.
A ex-PGR chegou a denunciar Brazão por obstrução à Justiça no caso Marielle, em setembro de 2019. A acusação acabou sendo rejeitada pela Justiça do Rio de Janeiro em março de 2023.
Dodge trocou alguns telefonemas com o delegado Guilhermo Catramby, responsável pelo caso. Passou suas impressões sobre o cenário das investigações em 2018 e 2019 e celebrou que, finalmente, a federalização tenha ocorrido.