Voltou a chover e Manaus vive a reprise de velhos problemas. Ruas alagadas, desabamentos e gente reclamando. É quase desumano dizer aos que perderam casas ou sofreram com alagações que os problemas foram criados por eles. Que as áreas habitadas eram de risco, que havia um igarapé próximo, outro aterrado e que barrancos cedem. Mas é isso…
Atribuir o caos ao poder público não exime as vítimas de uma culpa genuína. Menos ainda os que fazem da política e do incentivo às invasões um meio de vida.
Ontem, com o forte temporal, que alagou parte da cidade, um morador do Beco Novo Airão reclamou que os bueiros estavam entupidos de lixo. Mas quem jogou o lixo ali?
Não se trata de defender o município, que tem responsabilidade sim, porque podia, e não o fez, impedir que as invasões ocorressem e as tragédias se consumassem. Mas ninguém faz nada.
As invasões em Manaus ocorrem de forma aberta e escandalosa. O melhor exemplo está em torno da Avenida das Flores, um prolongamento da Avenida das Torres. Na Colonia Antônio Aleixo e, mais perto, na Avenida Rodrigo Otávio, nas proximidades do Viaduto. Pequenas construções foram erguidas em torno do barranco e todas estão à venda.
No Morro da Preguiça, no Japiim, funcionários de uma empresa e os moradores da área fizeram estacionamento em um barranco. Quando desabar vão culpar a prefeitura e exigir indenização.
E olha que esse inverno andava meio preguiçoso. A chuva em dezembro e janeiro andou escondida. Mas agora chegou com força e pode causar mais estragos.