São Paulo – O empresário Alan de Barros, de 32 anos, está entre os presos pela Polícia Federal (PF), suspeitos de fraude com criptomoedas, em uma operação deflagrada nesta quarta-feira (28/2) em Balneário Camburiú (SC).
Ele ficou conhecido após compartilhar um vídeo no qual foi ameaçado e expulso pelo dono de uma padaria, por usar um notebook no estabelecimento, em Barueri, Grande São Paulo, em 31 de janeiro.
A Operação Fast foi deflagrada pela PF com o intuito de desmantelar uma associação criminosa, alvo de investigações, sobre aplicação de golpes ao sistema financeiro, por meio de Tokens Não-Fugíveis (NFTs) e criptomoedas.
silvio mazzafiori
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Reprodução/Arquivo Pessoal
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A investigação detalha golpes em que uma criptomoeda, supostamente desenvolvida pela empresa de Alan, resultaria em lucros acima do mercado. Isso teria prejudicado até 22 mil pessoas, rendendo R$ 100 milhões aos suspeitos, ainda de acordo com a PF.
Em nota emitida após a prisão de Alan, em Curitiba (PR), o advogado Leonardo Dechatnik afirma que o empresário e a empresa de seu cliente, a Unimetaverso Gestão Ativos Digitais e Marketing Ltda, “nunca foram” alvo de investigações.
“É importante salientar que o processo corre em segredo de justiça, o que nos impede de divulgar detalhes específicos sobre o caso neste momento. No entanto, é do interesse de nosso cliente que a verdade seja plenamente esclarecida”, diz trecho da nota.
A defesa ainda “refuta” as suspeitas da PF de que Alan e sua empresa tenham subtraído R$ 100 milhões com fraudes e, com isso, prejudicado milhares de pessoas.
“Esses números, mencionados no relatório policial, são baseados em suposições da autoridade policial, sem comprovação efetiva. Até o momento, somente um número ínfimo dessas supostas vítimas efetuou denúncias formalmente, sendo a maior parte destas ex-colaboradores e concorrentes no setor empresarial”.
Ameaça na padaria
Quando foi expulso da padaria de Barueri, Alan disse ter sido vítima de tentativa de homicídio, injúria, ameaça e vias de fato.
“Há vídeos que demonstram o Sr. Mazzafiori tentando atingir o crânio do Sr. Alan com o objeto, uma ação que, não fosse a habilidade da vítima em esquivar-se, poderia ter resultado em consequências fatais”, afirma o advogado da vítima, na notícia-crime do caso.
A confusão começou por volta das 12h30 de 31 de janeiro, uma quarta-feira. Na ocasião, o comerciante foi até a mesa do cliente para avisá-lo que não era permitido usar notebook no local.
Ao ser confrontado, Mazzafiori teria dito que a vítima “não sabia com quem estava mexendo” e dado “um golpe contra o telefone celular” de Alan, que passou a filmar a abordagem. Em seguida, o dono da padaria diz ao cliente para “resolver as coisas lá fora”.
Natural de Curitiba (PR), Alan tem uma empresa em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, onde reside há cerca de dois anos e de onde havia partido para o Brasil, em janeiro, para, segundo relatado por ele na ocasião, ao Metrópoles, expandir seus negócios na área de tecnologia.