Com paralisação marcada para 4ª, professores cobram descanso de 15 min

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Grande parte dos professores de escolas públicas do Distrito Federal não dará aula nesta quarta-feira (20/3). Os educadores participarão de assembleia pela Campanha Salarial 2024, com reivindicação de reajuste de 19,8%. Além da recomposição, eles cobram o direito ao descanso de 15 minutos.

A assembleia ocorrerá às 9h, na área do Eixo Cultural Ibero-Americano (antiga Funarte). Não há indicativo de greve. As aulas serão retomadas a partir de quinta-feira (21/3).

Por meio de nota, a Secretaria de Educação do Distrito Federal (SEEDF) informou que a participação de professores e orientadores na assembleia se dá por decisão individual, e que a determinação se haverá aula ou não depende da “situação específica em cada escola”.

“A pasta fará o planejamento da reposição e a reorganização do calendário escolar para cumprimento dos 200 dias letivos, de forma a garantir o direito dos estudantes”, completou o órgão.

Reivindicações

Segundo a diretora do Sindicato dos Professores (Sinpro-DF), Márcia Gilda, a categoria também irá avaliar o cumprimento dos acordos para a suspensão da greve de 2023.

“O GDF está cumprindo os acordos, mas com muita morosidade”, disse a educadora. Uma das promessas não cumpridas foi a concessão de intervalo de 15 minutos para os professores. Para a categoria, o direito ao descanso é fundamental, especialmente para as turmas de Educação Infantil e de Anos Iniciais.

“A gente sabe que hoje, no mundo do trabalho, a gente precisa ter um tempo e saúde laboral. E a gente não conseguiu implementar ainda o direito do intervalo. Os professores passam o intervalo acompanhando os alunos”, ressaltou.

O governo também não incluiu os professores temporários na semana pedagógica para a formulação do Ano Letivo de 2024, conforme prometido à categoria. “Teve escola que não teve semana pedagógica, porque com exceção da direção e da coordenação, todos são professores em situação de contratação temporária”, contou.

Pontos cumpridos

Mas existem pontos cumpridos, a exemplo da incorporação da Gratificação de Atividade Pedagógica (Gaped). A medida inclusive corrigiu salários de professores aposentados.

Márcia também destacou a nomeação de educadores aprovados em vagas imediatos em concurso. Agora, o Sinpro aguarda o chamamento dos candidatos no cadastro reserva, ainda em 2024.

De R$ 6 mil a R$ 9 mil

Em média, um professor no início de carreira ganha salário-base R$ 6 mil pelo GDF. Ao final, o vencimento básico é de R$ 9 mil. O percentual de 19,8% repõe as perdas inflacionárias durante o governo Ibaneis Rocha (MDB).

Segundo dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Econômicos (Dieese), a inflação dos últimos cinco anos ficou em 33,3%. Mas, o reajuste dos educadores de abril de 2022 a dezembro de 2023 foi de 11,3%.

“É uma campanha salarial para ser trabalhada durante todo ano letivo”, explicou a diretora. A categoria deverá marcar uma nova mobilização para seguir com o debate.

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