O computador da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) apreendido durante operação da Polícia Federal (PF) desta segunda-feira (29/1) estava na casa de Giancarlo Gomes Rodrigues, assessor do então diretor da agência, Alexandre Ramagem.
Preliminarmente, fontes da PF informaram que o equipamento teria sido apreendido com o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), no Rio de Janeiro. A corporação, no entanto, negou a informação e revelou que a apreensão ocorreu em Salvador (BA), com o ex-assessor.
Vale destacar que o militar Giancarlo Gomes Rodrigues tem uma esposa lotada na Abin. Portanto, a PF ainda deve confirmar de quem é o computador. Imagem divulgada pela corporação das apreensões na cidade baiana mostra diversos celulares e pelo menos três computadores.
O militar foi alvo de busca e apreensão nesta segunda, já que, segundo investigação da PF, enquanto esteve lotado no Centro de Inteligência Nacional da Abin, atuou na operação da ferramenta FirstMile. O software teria sido usado em esquema de espionagem ilegal.
Operação
A fase da Operação Vigilância Aproximada, deflagrada nesta segunda, teve entre os alvos o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos). A investigação da PF apura suposto esquema de uso ilegal de ferramentas da Abin para espionagem de adversários políticos.
Os agentes da PF cumpriram mandados na residência de Carlos e no gabinete dele na Câmara dos Vereadores, na capital do Rio de Janeiro. Em seguida, os policiais foram à casa de praia da família Bolsonaro, em Angra dos Reis, onde Carlos estava com outros irmãos e o pai.
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A PF apreendeu o celular do vereador e mais três computadores. A corporação cumpriu mandados que têm como alvo o “núcleo político” do esquema que utilizava a estrutura da Abin para supostamente beneficiar a família do então presidente da República.
A espionagem teria ocorrido com uso do software FirstMile, que permite monitorar a geolocalização de celulares. Em nota, a PF informou que foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão em Angra dos Reis (1) Rio de Janeiro (5), Brasília (1), Formosa (1) e Salvador (1).
Na última quinta-feira (25/1), foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão. O deputado federal Alexandre Ramagem (PL), ex-diretor da Abin entre 2019 e 2022 e suposto chefe do esquema de espionagem ilegal, apareceu como um dos alvos.
Ainda segundo as investigações da PF, policiais federais que estavam na cúpula da Abin de Bolsonaro usavam serviços ilícitos para interferir em diligências da Polícia Federal que prejudicariam filhos do então presidente, como a que produziria provas favoráveis a Renan Bolsonaro, filho mais novo de Jair Bolsonaro.