A última versão da lista de maiores bilionários do planeta, atualizada pela revista Forbes nesta semana, acrescentou entre os brasileiros uma dose extra de interesse ao costumeiro alvoroço que a relação desperta. Isso porque a pessoa mais jovem presente no rol de ricaços globais era uma brasileira – Livia Voigt (foto em destaque), de apenas 19 anos.
De acordo com a publicação, a garota tem um patrimônio de gente grandíssima, calculado em US$ 1,1 bilhão, o equivalente a R$ 5,57 bilhões na cotação do dólar de sexta-feira (5/4). Livia faz parte do ranking porque detém uma participação acionária de 3% da gigante brasileira que produz máquinas e equipamentos, a WEG, com sede em Santa Catarina.
Ela herdou a fortuna do avô Werner Ricardo Voigt, um eletricista cofundador da companhia, que morreu em 2016, aos 85 anos. Werner criou a empresa em companhia do administrador Eggon João da Silva e do mecânico Geraldo Werninghaus. Daí o nome WEG, formado pelas iniciais dos nomes do trio de fundadores. Todos, aliás, falecidos.
Note-se que o papel da WEG na última edição da lista da Forbes – a 38ª – não se resume à presença da garota brasileira de 19 anos. A multinacional, fundada em 1961 em Jaraguá do Sul (SC), pode ser considerada um fenômeno à parte na relação, uma verdadeira “usina” de bilionários.
Família unida
Isso porque Lívia, que mora em Florianópolis e recém-ingressou na faculdade de psicologia, não é a única entre os Voigt a compor o ranking. Sua irmã mais velha, Dora Voigt de Assis, de 26 anos, também faz parte do plantel de abonados. Segundo a Forbes, ela tem um patrimônio de US$ 1,1 bilhão ou cerca de 3% das ações da WEG.
Há mais. Os primos mais velhos das duas moças, Eduardo Voigt Schwartz, de 34 anos, e Mariana Voigt Schwartz Gomes, de 38, também estão no rol de biliardários. Eles têm cerca de 4% dos papéis da companhia, o que representa US$ 1,3 bilhão – per capita, frise-se. Por fim, Anne Werninghaus, de 38 anos, neta de Geraldo Werninghaus, o “gê” da WEG, também faz parte da relação com um patrimônio de US$ 1,2 bilhões.
Vento a favor
Os resultados continuam a favor da WEG – e de seus acionistas, notadamente. Afinada como o mote da Forbes, a empresa registrou um lucro literalmente bilionário no quarto trimestre de 2023, de acordo com o balanço divulgado no fim de fevereiro. Em valores líquidos, ele atingiu R$ 1,74 bilhão, o que representou um acréscimo de 46% em relação ao lucro líquido do mesmo período do ano anterior.
A empresa começou como fabricante de motores elétricos. Nos anos 1980, ampliou o leque de produção, incluindo componentes eletroeletrônicos, produtos para a automação industrial, transformadores de força e distribuição, além de tintas e vernizes. Ela tem filiais em 37 países e fábricas em 15 deles.
Herdeiros em profusão
Destaque-se ainda o fato de cinco dos cinco bilionários oriundos da WEG serem herdeiros. Essa, contudo, não é uma condição incomum na lista da Forbes. Longe disso. No geral, 66% dos nomes da relação encaixam-se no estilo “self-made”, ou seja, fundaram empresas ou construíram sua fortuna com os próprios bolsos. E esse número está caindo. Em 2023, eram 69%. Todo o restante é formado por herdeiros. E, como se vê, eles não são poucos.