“À medida que a nossa terra desaparece, não temos outra escolha além de nos tornar a primeira nação digital do mundo. Nossa terra, nosso oceano e nossa cultura são os bens mais preciosos de nosso povo. Para mantê-los protegidos de danos, não importa o que aconteça no mundo físico, iremos movê-los para a nuvem”.
Durante a COP 28, neste ano, sediada em Dubai, Tuvalu anunciou que o projeto, chamado de “Future Now” (Futuro Agora), já mapeou tridimensionalmente as 124 ilhas e ilhotas que fazem parte do país e foi feito um massivo investimento na infraestrutura nacional de comunicações.
“Um cabo submarino fornecerá a largura de banda necessária para mover o nosso país para a nuvem”, informou Kofe.
Além disso, o governo anunciou a criação de um passaporte digital para que a população possa continuar casando ou participando de eleições de forma on-line.
As autoridades do país também estão perguntando para a população o que eles gostariam que fosse “transferido” para o digital.
“As respostas, sejam artefatos de valor sentimental, o som da linguagem dos nossos filhos, a sabedoria das histórias dos nossos avós ou as danças vibrantes dos nossos festivais, serão todas digitalizadas e se tornarão parte da nossa arca digital”, disse o primeiro-ministro Kofe.
Em busca de legitimar uma nação digital
Em setembro deste ano, Tuvalu alterou a definição de Estado na sua Constituição. De acordo com a Convenção de Montevidéu sobre os Direitos e Deveres dos Estados, de 1993, diz que um Estado consiste em um território definido com uma população permamante.
Mas os novos termos criado pelo governo tuvaluano dizem que “o Estado de Tuvalu, dentro do seu quadro histórico, cultural e jurídico, permanecerá perpetuamente no futuro, apesar dos impactos das alterações climáticas ou de outras causas que resultem na perda do território físico”.
Doze nações já assinaram comunicados conjuntos com Tuvalu, como Gabão e as Bahamas, reconhecendo essa definição de Estado, segundo Kofe.