A União Europeia e os Estados Unidos anunciaram a abertura de um corredor humanitário marítimo entre o Chipre e a Faixa de Gaza para levar ajuda ao território palestino. É a primeira vez que algo do tipo é tentado desde o início da guerra entre o grupo extremista Hamas e Israel, em 7 de outubro de 2023.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, já havia anunciado na quinta-feira (7/3) uma grande operação humanitária pelo mar. Segundo as autoridades americanas, ela envolveria a construção de um “embarcadouro temporário” em Gaza para permitir a chegada da ajuda, que pode levar várias semanas.
A medida permitirá um aumento da chegada de alimentos e outros produtos de primeira necessidade em Gaza, após uma verificação de segurança que atenda as exigências feitas pelos israelenses.
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Getty Images
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De acordo com a ONU, das 2,4 milhões de pessoas no território, 2,2 milhões estão em risco de fome e sem comida e água potável. Cerca de 1,7 milhão de foram deslocadas pelos combates e os ataques israelenses destruíram quase totalmente a infraestrutura no enclave.
Corredor humanitário a partir de domingo
“Estamos muito perto da abertura deste corredor, espero que neste domingo”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, no porto de Larnaca, no sul de Chipre, o país da União Europeia mais próximo de Gaza. Israel teria apoiado a iniciativa.
Comunicado conjunto divulgado pelos participantes diz que “a situação humanitária em Gaza é terrível”.
“É por isso que a Comissão Europeia, a Alemanha, a Grécia, a Itália, os Países Baixos, o Chipre, os Emirados Árabes Unidos, o Reino Unido e os Estados Unidos anunciam hoje sua intenção de abrir um corredor marítimo para fornecer ajuda humanitária adicional, o que é urgente”, aponta a nota.
Embora reconheçam que esta operação será “complexa”, a UE e os EUA sublinharam sua determinação em trabalhar para “garantir que a ajuda seja prestada da forma mais eficiente possível”.
Acompanhada pelos primeiros-ministros grego, Kyriakos Mitsotakis, e belga, Alexander De Croo, Von der Leyen deve viajar em 17 de março para o Egito, que está mediando o conflito e mantém fechada sua fronteira terrestre com o enclave.
Na sexta-feira (8/3), vários países árabes e ocidentais, incluindo os Estados Unidos e a França, realizaram novas remessas aéreas de alimentos e ajuda médica.
Mas estes lançamentos aéreos, assim como o envio de ajuda por mar, não podem substituir a rota terrestre, segundo a ONU, que alerta para uma “fome generalizada quase inevitável” em Gaza.
Cinco pessoas morreram e outras 10 ficaram feridas na sexta-feira quando pacotes de ajuda foram lançados por aviões na cidade de Gaza, de acordo com uma fonte hospitalar.
Após cinco meses de guerra, desencadeada em 7 de outubro por um ataque do Hamas a Israel, o país vem bombardeando o território palestino diariamente. Nas últimas 24 horas, pelo menos 78 pessoas morreram, subindo para 30.878 o número de mortos em Gaza desde o início do conflito, segundo o Hamas.
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