Os casos de Covid-19 voltaram a crescer no país. Dados do painel Covid-19 no Brasil, do Ministério da Saúde, mostram que os diagnósticos dispararam de 19 mil na primeira semana do ano (registrados entre 31 de dezembro a 6 de janeiro) para 69 mil na oitava (de 18 a 24 de fevereiro).
O número de novos casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) também segue em alta, puxado pelas infecções pelo coronavírus, de acordo com o último Boletim InfoGripe da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), divulgado na quinta-feira (29/2). A Covid-19 tem levado a uma quantidade muito mais expressiva de internações do que a gripe.
A vacinação é uma ferramenta importante para reduzir o risco de internação e morte provocados pelo agravamento da doença.
“O padrão da Covid-19 mudou. Era uma doença muito mais grave antes da era vacinal e mudou para um padrão completamente diferente. A imunidade populacional construída com as exposições ao vírus e a vacinação de boa parte das pessoas fez a doença ter um caráter muito diferente hoje”, avalia o pediatra Renato Kfouri, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).
Quem pode tomar vacina contra Covid-19 em 2024?
O Ministério da Saúde atualizou o plano de vacinação contra a Covid-19 no início de 2024. Ficou estabelecido que as pessoas imunocomprometidas, gestantes, puérperas e idosos a partir de 60 anos devem receber uma nova dose de reforço a cada seis meses.
“Alguns grupos, a despeito de já terem uma, duas ou três doses da vacina e terem histórico de infecções, continuam vulneráveis. Os idosos, imunocomprometidos, gestantes e crianças que estão nascendo e não se expuseram ainda ao vírus e nem tomaram vacina são os grupos de risco. O mundo inteiro entende assim”, afirma Kfouri.
As pessoas dos demais grupos prioritários, com 5 anos de idade ou mais, devem tomar uma dose anual, com intervalo mínimo de seis meses desde a última dose recebida.
Estão incluídos nos grupos prioritários:
- Pessoas com 60 anos ou mais;
- Indivíduos imunocomprometidos;
- Pessoas vivendo em instituições de longa permanência e seus trabalhadores;
- Gestantes e puérperas;
- Trabalhadores de saúde;
- Indivíduos com deficiência permanente;
- Pessoas com comorbidades;
- Indígenas vivendo em terra indígena;
- Ribeirinhos;
- Quilombolas;
- Adultos privados de liberdade;
- Funcionários do sistema de privação de liberdade;
- Adolescentes e jovens cumprindo medidas socioeducativas;
- Pessoas em situação de rua.
Quem não tem indicação para tomar reforço?
As pessoas saudáveis de todas as idades, que não se encaixam nos grupos de risco, não devem tomar uma nova dose do imunizante. A exceção é para aquelas que ainda estão com o calendário vacinal atrasado e precisam completar o esquema.
O vice-presidente da SBIm explica que este é um consenso mundial. Ele foi estabelecido após estudos mostrarem que a imunidade se mantém em bons níveis para aqueles que têm um sistema imunológico em pleno funcionamento, mas as particularidades de cada local e situação de circulação do vírus devem ser levados em consideração para novas análises — um exemplo é a circulação de novas variantes.
“O mundo inteiro entende assim. Não existe mais uma recomendação de vacinação universal, onde todos devem tomar o imunizante. A gente passou dessa fase”, diz Kfouri.
É esperado que a vacina da Covid-19 entre no mercado privado este ano para que as pessoas fora dos grupos prioritários determinados pelo governo também tenham acesso caso queiram se imunizar, assim como acontece com a vacinação contra a gripe.
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