São Paulo – Considerado o principal nome do bolsonarismo para a disputa presidencial em 2026 após o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ser declarado inelegível, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem investido cada vez mais em pautas de repercussão nacional que reforçam seu contraponto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), candidato natural à reeleição ao Planalto daqui a dois anos.
A estratégia ficou evidente na última semana, com a viagem de Tarcísio a Israel em meio à crise diplomática entre o governo Lula e o do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu instaurada depois que o presidente brasileiro comparou a ação militar de Israel na Faixa de Gaza, que tem matado mulheres e crianças palestinas, ao Holocausto, massacre promovido pelo exército nazista de Adolf Hitler contra os judeus na Segunda Guerra Mundial.
Tarcísio se encontrou com Netanyahu em Jerusalém, junto com o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), também de oposição ao governo Lula, e fez questão de enfatizar nas redes sociais a preocupação com os reféns israelenses que seguem nas mãos do grupo terrorista Hamas, enquanto o presidente brasileiro tem condenado os ataques de Israel e ressaltado as vítimas do lado palestino.
Aliados de Lula creditam às declarações dele sobre o conflito em Gaza parte da queda de popularidade do presidente apontada pelas últimas pesquisas. Tarcísio, por sua vez, tem visto sua aprovação crescer em São Paulo nos últimos meses. Auxiliares do governador acreditam que o desempenho nos levantamentos está atrelado à política mais “linha dura” na segurança, como a operação da Polícia Militar (PM) que já deixou mais de 50 mortos na Baixada Santista.