São Paulo — A Prefeitura de São Paulo investiga a morte de um homem de 76 anos, na capital paulista. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, uma das possíveis causas é a dengue. Em caso de confirmação, será o primeiro registro de morte pela doença na capital paulista em 2024. A pasta ainda não informou a data da morte nem a região onde a vítima morava.
Nos primeiros 30 dias deste ano, foram registrados 3.344 casos de dengue em São Paulo — um aumento de 350% em relação ao mesmo período do ano passado.

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Mosquito transmissor da dengue, Aedes aegypti
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Vacina contra dengue poderá ser aplicada em pessoas de 4 a 60 anos
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O mosquito se hospeda, principalmente, em águas paradas
Enio Medeiros/Prefeitura de Aparecida de Goiânia

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Água parada é ambiente para larvas do mosquito da dengue
Vinicius Schmidt/Metrópoles
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Entre os bairros mais afetados, estão: Itaquera, na zona leste, com 337 casos; Jaguara, na oeste, com 203 casos; e Campo Limpo, na zona sul, com 206 casos.
Na manhã desta terça-feira (6/2), equipes da Secretaria Municipal da Saúde e da Secretaria Municipal de Segurança estiveram na Rua B. B. Varela, em Itaquera, para realizar um mapeamento da região com uso de drones.
De acordo com a administração municipal, o equipamento auxilia na identificação de áreas de proliferação e possíveis criadouros do mosquito Aedes aegypti, causador da dengue.
Além do mapeamento, a prefeitura testa o uso de drone também para aplicação de larvicida, o “fumacê”, em terrenos e imóveis abandonados. De acordo com o órgão, foi identificada a necessidade de acrescentar o uso da tecnologia ao trabalho convencional em determinados pontos da cidade, como imóveis fechados, porque o processo legal para a Vigilância Sanitária ter acesso a esses locais é “muito demorado”.
Segundo Luiz Artur Vieira Caldeira, da Coordenadoria de Vigilância em Saúde (Covisa), a técnica do uso do drone nas ações de combate à dengue é a mesma utilizada na área de agronomia, e a prefeitura está fazendo adaptações para o meio urbano.
“É um teste. Nas próximas semanas será concluída a fase de pesquisa e a cidade passará a ter um maior número de drones. Contaremos, no mínimo, com uma peça em cada uma das seis coordenadorias regionais de saúde para fazer parte do portfólio de combate à dengue na cidade”.
Sintomas
Os sintomas da dengue podem variar de leves a graves e geralmente aparecem de 4 a 10 dias após a picada do mosquito infectado. As manifestações clínicas incluem:
- Febre alta: a temperatura corporal pode atingir valores significativamente elevados, geralmente acompanhada de calafrios e sudorese intensa;
- Dor de cabeça intensa: a dor é geralmente localizada na região frontal, podendo se estender para os olhos;
- Dores musculares e nas articulações: sensação de desconforto e dor, muitas vezes referida como “quebra ossos”;
- Náuseas e vômitos: podem ocorrer, contribuindo para a desidratação;
- Manchas vermelhas na pele: conhecidas como petéquias, essas manchas podem aparecer em diferentes partes do corpo;
- Fadiga: uma sensação geral de fraqueza e cansaço persistente.

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A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente a morte
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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias
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A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos
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No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses
micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles. Ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes
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Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos
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No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte
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Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue
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Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão
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Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada
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Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona para aliviar os sintomas
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Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetas
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Tratamento
O tratamento da dengue visa aliviar os sintomas e garantir a recuperação do paciente. Algumas medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde incluem:
- Hidratação adequada: a ingestão de líquidos é fundamental para prevenir a desidratação, especialmente durante os períodos de febre e vômitos;
- Uso de analgésicos e antitérmicos: medicamentos como paracetamol podem ser utilizados para reduzir a febre e aliviar as dores;
- Repouso: descanso é essencial para permitir que o corpo combata o vírus de maneira mais eficaz;
- Acompanhamento médico: em casos mais graves, é crucial procurar assistência médica para monitoramento e tratamento adequado;
- Evitar automedicação: o uso indiscriminado de alguns medicamentos, como anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e aspirina, pode agravar o quadro clínico, sendo contraindicado na dengue.
Prevenção
Além do tratamento, a prevenção da dengue é crucial. Medidas como eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, uso de repelentes, telas em janelas e portas, além da conscientização da população sobre a importância dessas práticas, são enfatizadas pelo Ministério da Saúde.