São Paulo – Sem previsão de quando receberá as doses da vacina da dengue pelo Ministério da Saúde, a Prefeitura de São Paulo tentou comprar por conta própria o imunizante fabricado pela farmacêutica Takeda.
Em entrevista ao Metrópoles, o secretário municipal de Saúde, Luiz Carlos Zamarco, disse que se reuniu com representantes da farmacêutica nesta quarta-feira (31/1) para negociar a aquisição da vacina para a capital paulista.
“Eu tive uma reunião ontem com os diretores da Takeda pedindo para comprar a vacina, mas eles explicaram que não podem vender para o município de São Paulo porque eles têm um contrato de exclusividade com o Ministério”, disse o secretário.
Os executivos teriam dito que a empresa só pode negociar com a capital paulista caso “sobrem” doses após a venda para o Ministério.
A cidade de São Paulo vive uma explosão de casos de dengue neste início de ano. O número de registros da doença mais que quadruplicou nas três primeiras semanas de 2024, em comparação ao mesmo período do ano passado.
Segundo dados da Prefeitura, foram confirmados 1.792 casos até 22 de janeiro deste ano. Em 2023, no mesmo período, foram 443.
Apesar dos números altos, a cidade não foi incluída pelo Ministério da Saúde na lista de municípios que devem receber as primeiras doses do imunizante.

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Mosquito transmissor da dengue, Aedes aegypti
Getty Images

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Vacina contra dengue poderá ser aplicada em pessoas de 4 a 60 anos
Getty Images/Reprodução

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O mosquito se hospeda, principalmente, em águas paradas
Enio Medeiros/Prefeitura de Aparecida de Goiânia

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Água parada é ambiente para larvas do mosquito da dengue
Vinicius Schmidt/Metrópoles
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O governo federal alega que adquiriu todo o estoque disponível de vacinas da dengue do laboratório fabricante, mas diante da “limitada capacidade de produção do laboratório” precisou definir critérios para a imunização.
“Em 2024, as doses serão destinadas a regiões de saúde onde estão localizados municípios de grande porte (com população residente de mais de 100 mil habitantes) com alta transmissão nos últimos dez anos, maior número de casos em 2023 e 2024 e circulação do sorotipo 2 da dengue”, diz o Ministério, por meio de nota.
O secretário municipal de Saúde de São Paulo afirma que enviou um ofício solicitando a inclusão da capital na lista de municípios, mas até agora não teve resposta do governo federal.
“Se eu não tiver a resposta até segunda-feira eu vou ratificar, vou fazer um novo ofício falando da importância [da inclusão]”, diz Zamarco.
Ele afirma que a cidade aumentou o número de agentes que visitam as casas da população em busca de pontos que possam servir de criadouro para o Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença.
No próximo sábado (3/2), a capital terá um “Dia D” de combate à dengue. As 471 Unidades Básicas de Saúde (UBSs) estarão abertas das 8h às 17h, oferecendo testes para a doença.
Sintomas da dengue
Os sintomas da dengue podem variar de leves a graves e geralmente aparecem de 4 a 10 dias após a picada do mosquito infectado. As manifestações clínicas incluem:
- Febre alta: a temperatura corporal pode atingir valores significativamente elevados, geralmente acompanhada de calafrios e sudorese intensa;
- Dor de cabeça intensa: a dor é geralmente localizada na região frontal, podendo se estender para os olhos;
- Dores musculares e nas articulações: sensação de desconforto e dor, muitas vezes referida como “quebra ossos”;
- Náuseas e vômitos: podem ocorrer, contribuindo para a desidratação;
- Manchas vermelhas na pele: conhecidas como petéquias, essas manchas podem aparecer em diferentes partes do corpo;
- Fadiga: uma sensação geral de fraqueza e cansaço persistente.

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A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes aegypti. Com maior incidência no verão, tem como principais sintomas: dores no corpo e febre alta. Considerada um grave problema de saúde pública no Brasil, a doença pode levar o paciente a morte
Joao Paulo Burini/Getty Images

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O Aedes aegypti apresenta hábitos diurnos, pode ser encontrado em áreas urbanas e necessita de água parada para permitir que as larvas se desenvolvam e se tornem adultas, após a eclosão dos ovos, dentro de 10 dias
Joao Paulo Burini/ Getty Images

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A infecção dos humanos acontece apenas com a picada do mosquito fêmea. O Aedes aegypti transmite o vírus pela saliva ao se alimentar do sangue, necessário para que os ovos sejam produzidos
Joao Paulo Burini/ Getty Images

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No geral, a dengue apresenta quatro sorotipos. Isso significa que uma única pessoa pode ser infectada por cada um desses
micro-organismos e gerar imunidade permanente para cada um deles. Ou seja, é possível ser infectado até quatro vezes
Bloomberg Creative Photos/ Getty Images

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Os primeiros sinais, geralmente, não são específicos. Eles surgem cerca de três dias após a picada do mosquito e podem incluir: febre alta, que geralmente dura de 2 a 7 dias, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupções cutâneas, náuseas e vômitos
Guido Mieth/ Getty Images

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No período de diminuição ou desaparecimento da febre, a maioria dos casos evolui para a recuperação e cura da doença. No entanto, alguns pacientes podem apresentar sintomas mais graves, que incluem hemorragia e podem levar à morte
Peter Bannan/ Getty Images

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Nos quadros graves, os sintomas são: vômitos persistentes, dor abdominal intensa e contínua, ou dor quando o abdômen é tocado, perda de sensibilidade e movimentos, urina com sangue, sangramento de mucosas, tontura e queda de pressão, aumento do fígado e dos glóbulos vermelhos ou hemácias no sangue
Piotr Marcinski / EyeEm/ Getty Images

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Nestes casos, os sintomas resultam em choque, que acontece quando um volume crítico de plasma sanguíneo é perdido. Os sinais desse estado são pele pegajosa, pulso rápido e fraco, agitação e diminuição da pressão
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Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade. O choque tem duração curta, e pode levar ao óbito entre 12 e 24 horas, ou à recuperação rápida, após terapia antichoque apropriada
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Apesar da gravidade, a dengue pode ser tratada com analgésicos e antitérmicos, sob orientação médica, tais como paracetamol ou dipirona para aliviar os sintomas
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Para completar o tratamento, é recomendado repouso e ingestão de líquidos. Já no caso de dengue hemorrágica, a terapia deve ser feita no hospital, com o uso de medicamentos e, se necessário, transfusão de plaquetas
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Tratamento
O tratamento da dengue visa aliviar os sintomas e garantir a recuperação do paciente. Algumas medidas recomendadas pelo Ministério da Saúde incluem:
- Hidratação adequada: a ingestão de líquidos é fundamental para prevenir a desidratação, especialmente durante os períodos de febre e vômitos;
- Uso de analgésicos e antitérmicos: medicamentos como paracetamol podem ser utilizados para reduzir a febre e aliviar as dores;
- Repouso: descanso é essencial para permitir que o corpo combata o vírus de maneira mais eficaz;
- Acompanhamento médico: em casos mais graves, é crucial procurar assistência médica para monitoramento e tratamento adequado;
- Evitar automedicação: o uso indiscriminado de alguns medicamentos, como anti-inflamatórios não esteroides (AINEs) e aspirina, pode agravar o quadro clínico, sendo contraindicado na dengue.
Prevenção da dengue
Além do tratamento, a prevenção da dengue é crucial. Medidas como eliminação de criadouros do mosquito Aedes aegypti, uso de repelentes, telas em janelas e portas, além da conscientização da população sobre a importância dessas práticas, são enfatizadas pelo Ministério da Saúde.
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