O clima é de apreensão em Brasília após o STF determinar buscas em endereços do deputado Carlos Jordy. Nos corredores do Congresso, circula a informação de que uma nova operação policial, mirando simultaneamente meia dúzia de parlamentares, estaria prestes a ser deflagrada.
Seria uma extensão da que levou a Polícia Federal (PF) à casa e a gabinetes de Jordy. Na última quarta-feira (24/1), em gesto simbólico, ele foi reconduzido ao posto de líder da oposição na Câmara.

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Nova operação assombra os corredores da Câmara
Hugo Barreto/Metrópoles

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Há uma semana, operação na Câmara mirou deputado Carlos Jordy
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A operação foi deflagrada nesta quinta-feira (18/1) pela Polícia Federal (PF)
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Foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão, expedidos pelo STF, no RJ (8) e no DF (2)
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O objetivo da 24ª fase é identificar pessoas que planejaram, financiaram e incitaram atos antidemocráticos
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Carlos Jordy foi alvo de busca e apreensão na Operação Lesa Pátria
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Deputado Carlos Jordy foi alvo de busca e apreensão na Operação Lesa Pátria
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Um deputado federal de primeiro mandato alertou a família sobre a possibilidade de serem acordados pela Polícia Federal. Ele disse que, após a operação contra Jordy, a tendência é que mais parlamentares, como ele próprio, citado em inquérito, tornem-se alvos.
“Se foram na casa do Jordy porque um manifestante o chamou de ‘meu líder’, imagina com o que está por vir com os outros. Já avisei a todos lá em casa”, disse, sob reserva.
Por ora, não há o receio de prisões preventivas. Mas, sim, de buscas e apreensões de telefones, computadores e documentos no âmbito da Operação Lesa Pátria.
O inquérito conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), mira atos antidemocráticos. Não apenas o 8 de Janeiro em si, mas articulações prévias que teriam contribuído para a manifestação que culminou com as depredações.
Como a investigação é sigilosa, sem que se saiba quais são os elementos de prova, fica difícil prever para qual lado a caneta de Moraes vai apontar. Jordy, até onde se sabe, transformou-se em alvo após mensagens trocadas com Carlos Victor de Carvalho. Conhecido como CVC, o suplente de vereador em Campos dos Goytacazes, no Rio, teria articulado protestos antidemocráticos.
Após a operação contra Carlos Jordy, parte da oposição iniciou um movimento para pressionar pela instauração da chamada CPI do Abuso de Autoridade. A comissão parlamentar de inquérito teria objetivo de mirar supostas ilegalidades do Judiciário e de botar uma lupa sobre o ministro Alexandre de Moraes.
CPI fortaleceria Lula
Contudo, a instauração da CPI do Abuso de Autoridade é vista com desconfiança até mesmo por críticos de Alexandre de Moraes. Há uma avaliação de que deputados que integrarão o colegiado, sobretudo do Centrão, poderão negociar cargos com o governo Lula para mudar de lado.
Por essa ótica, Lula viraria o fiel da balança e se fortaleceria ainda mais junto ao STF.
Dessa forma, a tendência é que o foco da oposição se volte a Rodrigo Pacheco (PSD). O objetivo seria pressionar o presidente do Senado a levar a plenário um pedido de impeachment de Alexandre de Moraes.