São Paulo – Policiais militares e deputados estaduais fizeram um ato, neste sábado (9/3), em defesa da Operação Verão III, que já deixou 39 pessoas mortas na Baixada Santista e foi denunciada por entidades de direitos humanos na Organização das Nações Unidas (ONU).
“A data de hoje é importante para mostrar para a parte política e para a parte jurídica que a população da Baixada Santista não aguenta mais viver refém do crime organizado”, discursou o deputado Tenente Coimbra (PL) durante o ato.
A manifestação foi convocada por Coimbra, pelo deputado Paulo Mansur (PL) e por associações ligadas à Polícia Militar (PM) nas redes sociais. E teve início às 9h deste sábado na Praça das Bandeiras, em frente à praia do Gonzaga, em Santos.
Um carro de som foi posicionado no local e alguns manifestantes levaram cartazes e faixas com os dizeres “eu apoio a polícia militar” e “vidas de policiais importam”.
Procurada, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo (SSP-SP) não informou quantas pessoas compareceram ao ato.
Operação da PM apoiada por deputados é mais sangrenta em 30 anos
A Operação Verão foi deflagrada em fevereiro deste ano após a morte do soldado Samuel Wesley Cosmo, das Rondas Ostensivas Tobias de Aguiar (Rota), e é a mais sangrenta dos últimos 30 anos no estado.
Ela vem sendo alvo de denúncias por entidades de defesa dos direitos humanos, que acusam policiais de tortura e intimidação na Baixada.
O ouvidor da Polícia paulista, Claudinho Silva, disse ao Metrópoles que algumas práticas adotadas pela PM indicam um trabalho orquestrado para dificultar investigações sobre as ações que terminam com mortes de civis em supostos confrontos com policiais.
Apesar disso, o secretário de Segurança Pública, Guilherme Derrite (PL), negou que a PM tenha cometido excessos no litoral e afirmou não ter recebido nenhuma denúncia oficial sobre abusos.
Já o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), nessa sexta (8/3), subiu o tom contra as críticas feitas à operação da PM.
“Sinceramente, nós temos muita tranquilidade em relação ao que está sendo feito. E aí, o pessoal pode ir na ONU, na Liga da Justiça, no raio que o parta, e eu não estou nem aí”, declarou.