São Paulo — O secretário da Segurança Pública de São Paulo (SSP), Guilherme Derrite, negou nesta sexta-feira (5/4) ter encerrado a terceira fase Operação Verão na Baixada Santista, no início deste mês, por causa da morte da moradora Ednéia Fernandes no dia 27/3.
Mãe de seis filhos, Ednéia Fernandes foi baleada na cabeça em suposto confronto entre policiais militares e criminosos no bairro do Bom Retiro, em Santos. A ação terminou com 188 tiros de fuzil. Ela morreu no dia seguinte, e não figura na lista oficial de 56 mortos da Operação Verão.
Durante coletiva de imprensa na manhã desta sexta, Derrite classificou a morte de Ednéia como uma “tragédia”, mas disse que o fim da operação, anunciado quatro dias depois, não teve relação com o episódio, como afirmou o ouvidor da Polícia de São Paulo, Claudio Silva.
“É lamentável, a gente fica muito triste e deixa registrado os nossos sentimentos. [Mas] o fim da Operação Verão não está relacionado a essa ocorrência. Ela tinha um papel a ser cumprido e esse papel era asfixiar financeiramente o crime organizado e, ao longo de toda a operação, do período que ela durou em todas as suas fases, nós cumprimos esse papel”, disse Derrite.
“O que resta para nós é lamentar o ocorrido [da morte]. É uma tragédia e se o crime organizado não tivesse se instalado da maneira como se instalou no litoral tenho certeza que isso não teria acontecido”, completou o secretário.
Morte em suposto tiroteio
Mãe de 6 filhos, Ednéia foi baleada quando estava em uma praça no bairro Bom Retiro, em Santos. Segundo a versão apresentada pelos policiais do caso, uma troca de tiros teria acontecido no local onde ela estava, após dois suspeitos dispararem contra os agentes.
Familiares e amigos de Edneia afirmam, no entanto, que não houve confronto na região e que ela foi atingida por um disparo feito por um policial em uma moto. O caso ganhou repercussão nas redes sociais e a Operação Verão foi encerrada menos de uma semana depois, no dia 1º de abril.
Derrite afirmou que o episódio é apurado pelas polícias Civil e Militar.
“A gente não vai tomar nenhuma decisão precipitada de apontar um culpado antes que haja uma perícia apontando se houve falha, se foi um disparo ocasionado pelo criminoso, se foi por parte da polícia”, disse o secretário