São Paulo — Mesmo com a prisão preventiva decretada, o empresário Fernando Sastre de Andrade Filho, de 24 anos, que é acusado de dirigir embriagado seu Porsche e causar a morte de um motorista de aplicativo, passou o último final de semana no interior de São Paulo.
Fernando Filho se entregou à polícia na tarde desta segunda-feira (6/5), na sede da 5ª Delegacia Seccional, na zona leste da capital paulista. A principal possibilidade é que o dono do Porsche passe a noite na carceragem do 31° DP (Vila Carrão), após realizar exame de corpo de delito.
“Ele está tranquilo. Desde sexta-feira, quando soube da notícia [que a prisão havia sido decretada], ele já se prontificou a se entregar”, disse o advogado Jonas Mazagão, que defende o empresário e nega que ele estivesse foragido. “Eu que pedi para ele aguardar porque era um fim de semana”.
Ainda segundo Mazagão, o empresário não teria descumprido a medida cautelar de sair da cidade. “Ele poderia se ausentar por oito dias”, afirmou. “Foi para o interior, que eu saiba, dentro da norma imposta pelo juiz.”
Com argumento de garantir a sua integridade física, a defesa quer que Fernando Filho fique recolhido na Penitenciária de Tremembé, no interior paulista, conhecida como a “Cadeia dos Famosos”.
Homicídio
Fernando Filho é réu por homicídio qualificado e lesão corporal gravíssima. O motorista de aplicativo Ornaldo da Silva Viana, 52, que dirigia um Renault Sandero, morreu logo após a colisão na Avenida Salim Farah Maluf, na Tatuapé, zona leste de São Paulo, no dia 31 de março.
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Acidente Porsche zona leste SP
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A outra vítima é o estudante Marcus Vinicius Machado Rocha, 22 anos, que estava de carona no Porsche. Ele fraturou quatro costelas, precisou ser hospitalizado e perdeu o baço. Ele voltou a ser internado no último dia 28 de abril e teve alta nesta segunda-feira (6/5).
Mesmo com sinais de embriaguez, Fernando Sastre Filho recebeu permissão dos PMs para ir embora, sem fazer o teste do bafômetro. Os agentes responsáveis pela liberação indevida também são alvos de investigação.
De acordo com o Ministério Público (MPSP), a policial que atuou na ocorrência teria “cedido a pedido” da mãe de Fernando Sastre Filho e “liberado o responsável [pelo acidente] em estado de flagrância”, para que ele fosse ao hospital, “sem escolta ou vigilância”. O órgão sugere que a Justiça Militar investigue possível caso de corrupção passiva da policial envolvida.
As imagens também mostram que os policiais estavam sem bafômetro — o uso do equipamento, porém, não seria o único recurso para constatar a suposta embriaguez do empresário. Nesse ponto, segundo declarou até o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), a equipe falhou.