O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, defendeu a legitimidade de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e dos ministros do governo federal de interferirem no Conselho de Administração da estatal. A companhia perdeu R$ 55,3 bilhões em valor de mercado na última sexta-feira (8/3) após decidir não pagar os dividendos.
“É legítimo que o CA se posicione orientado pelo Presidente da República e pelos seus auxiliares diretos que são os ministros. Foi exatamente isso o que ocorreu em relação à decisão sobre os dividendos extraordinários”, escreveu Prates em seu perfil na rede social X, antigo Twitter.
O presidente da Petrobras se reuniu com Lula na última segunda-feira (11/3), depois que a companhia registrou queda de 10,5% nas ações. Nessa terça-feira (12/3), as ações da estatal tiveram uma leve alta de 3%, após fecharem em queda nas últimas sessões.
“O mercado ficou nervoso esperando dividendos sobre cuja decisão foi meramente de adiamento e reserva. Falar em ‘intervenção na Petrobras’ é querer criar dissidências, especulação e desinformação”, argumentou Prates.
“É preciso de uma vez por todas compreender que a Petrobras é uma corporação de capital misto controlada pelo Estado Brasileiro, e que este controle é exercido legitimamente pela maioria do seu Conselho de Administração. Isso não pode ser apontado como intervenção! É o exercício soberano dos representantes do controle da empresa”, ressaltou o presidente da companhia.
Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, afirmou que a Petrobras pode realizar o pagamento de dividendos, no entanto, destacou que as decisões da empresa são respaldadas pelo Executivo.
“É natural que essa questão da distribuição de dividendos (…) É uma questão muito dinâmica (…) O governo do presidente Lula tem trabalhado com muito cuidado no respeito à governança da Petrobras. Todos os investidores, eu sempre destaquei isso, sabem quando compram ações da Petrobras, sabem que o governo é controlador, o governo tem a maioria do conselho”, disse Silveira na última segunda.
Prates alegou que a participação do governo nas decisões da empresa não podem ser vistas como “uma intervenção indevida”. “Somente quem não compreende (ou propositalmente não quer compreender) a natureza, os objetivos e o funcionamento de uma companhia aberta de capital misto com controle estatal pode pretender ver nisso uma intervenção indevida.”