É possível reverter um diagnóstico de diabetes tipo 2 com alimentação?

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Considerada como uma doença do estilo de vida, a diabetes tipo 2 está relacionada a excesso de peso, sedentarismo, hipertensão, idade e hábitos alimentares inadequados. O problema de saúde causa sérios danos ao corpo.

A diabetes tipo 2 se caracteriza pela produção insuficiente de insulina no pâncreas ou pela incapacidade do organismo de utilizar a insulina de forma eficiente.

Estudos mostram que uma alimentação rica em vegetais, como a dieta plant based, contribui com a prevenção e o  controle de doenças crônicas não transmissíveis, como a diabetes tipo 2. Em casos iniciais ela pode, inclusive, levar à remissão da doença.

“Quando seguimos uma dieta baseada em vegetais, ingerimos menos calorias e conseguimos fazer a manutenção do peso, a glicose passa a ser absorvida de forma mais eficiente e a doença fica mais controlada”, explica o nutricionista Bernardo Romão de Lima, que dá aulas na Universidade de Brasília (UnB). Segundo Lima, esse é apenas um dos benefícios do estilo alimentar para os pacientes.

O endocrinologista Levimar Araújo, presidente do Departamento de Diabetes da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM), explica que a diabetes tipo 2 é uma doença silenciosa, que apresenta poucos sintomas no início.

“O paciente pode passar até 12 anos sem saber que tem diabetes e continuar se alimentando de forma errônea. À medida que consegue ter uma alimentação mais saudável e volta a fazer atividade física, o problema pode se estabilizar”, considera o médico.

O que é a dieta plant based?

A dieta plant based é constituída basicamente por vegetais na maioria das refeições. Mas é importante esclarecer que não se trata de uma alimentação vegetariana ou vegana porque os praticantes podem consumir carne, em menores quantidades.

Embora não haja uma quantidade mínima ou máxima estabelecida de vegetais que devem ser ingeridos, a recomendação é de que eles ocupem a maior parte do prato, atentando-se à variedade de cores, texturas e modos de preparo. “Alguns alimentos oferecem mais benefícios quando consumidos crus e outros cozidos, bem como há os que funcionam das duas maneiras”, afirma o professor da UnB.

Os vegetais são ricos em fibras dietéticas, que contribuem para a absorção mais lenta dos carboidratos, reduzindo o impacto nas taxas de glicose no paciente. “Tudo vira glicose. Não adianta cortar o açúcar e comer pão, leite e fruta no café da manhã. É preciso ter uma alimentação balanceada”, afirma o presidente do Departamento de Diabetes da SBEM.

Segundo Araújo, 100% dos carboidratos que consumimos vira glicose, 40% da proteína da carne, ovos e queijo se torna glicose, e 10% da gordura tem o mesmo fim.


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 Dieta rica e diversificada

A baixíssima quantidade de carboidratos presente nos vegetais possibilita que as pessoas com diabetes tipo 2 comam maiores volumes de hortaliças sem aumentar a glicemia de forma expressiva, diferentemente do arroz ou macarrão, que são constituídos basicamente por carboidratos.

Melhora da imunidade

Uma dieta plant based é riquíssima em compostos bioativos, que previnem doenças. Além disso, a dieta baseada em vegetais modifica positivamente a microbiota intestinal para que ela produza compostos que melhoram de forma sistêmica a imunidade e a resposta à glicose.

“Os ajustes na dieta levam os pacientes a melhorar a microbiota intestinal e o corpo passa a metabolizar a dieta de forma mais eficiente, isso ajuda na remissão da diabetes tipo 2”, explica o nutricionista.

Cura da doença?

A remissão é diferente da cura. Mesmo com as taxas normalizadas, esse paciente ainda corre maior risco de voltar a ter diabetes tipo 2 ao ganhar peso ou sofrer uma infecção. Para as mulheres, o risco é aumentado durante a gestação.

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