Em seu 19º discurso sobre o Estado da Nação, presidente russo, Vladimir Putin, usou palavras fortes para ameaçar seus adversários. E colocou no Ocidente a culpa do risco de uma guerra nuclear.
As declarações vêm três semanas antes das eleições presidenciais. E foi transmitido pela televisão nacional e até mesmo exibido em alguns cinemas.
Em sua parte mais ameaçadora, Putin alertou a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) sobre risco de guerra nuclear.
“Eles [Otan] estão se preparando para atacar nosso território e usando as melhores forças possíveis e as forças mais eficazes para fazê-lo. Mas lembramo-nos do destino daqueles que tentaram invadir o nosso território e, claro, o seu destino será muito mais trágico do que qualquer coisa que possamos enfrentar”, discursou, elogiando o arsenal nuclear russo.
Segundo ele, os adversários precisam compreender que a Rússia também tem armas. “Armas que podem derrotá-los no seu próprio território e, claro, tudo isto é muito perigoso porque poderia, na verdade, desencadear o uso de armas nucleares. Eles não entendem isso?”, perguntou.
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Putin diz que estão tentando levar a Rússia para uma corrida armamentista
A ameaça vem da retórica de que o Ocidente tenta enfraquecer a Rússia a partir de dentro e de tentar arrastá-la para uma corrida armamentista.
Segundo o russo, exemplos são a adesão da Finlândia – que tem uma longa fronteira terrestre com os russos – e da Suécia à Otan, assim como a sugestão do presidente francês Emmanuel Macron de enviar tropas à Ucrânia.
O presidente russo disse que, antes disso, prefere conversar.
“A Rússia está pronta para o diálogo com os Estados Unidos da América sobre questões de estabilidade estratégica”, disse, em referência às conversações sobre armas nucleares, como o processo Novo Start, suspenso pela Rússia em fevereiro de 2023.
“Essas pessoas são pessoas que não passaram por experiências árduas. Eles esqueceram-se disso, mas nós sobrevivemos à guerra do Cáucaso, por exemplo, e agora no conflito na Ucrânia”, desafiou.
O presidente aproveitou para elogiar os avanços na guerra contra a Ucrânia e afirmar que a população era a favor da ação militar no país vizinho. A certa altura, ele fez uma pausa para um minuto de silêncio pelos soldados russos mortos.