Em meio a tensão por Essequibo, Reino Unido enviará navio de guerra para a Guiana | 18 Horas

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O Reino Unido irá enviar um navio de guerra para a Guiana no final deste mês, anunciou o Ministério da Defesa britânico neste domingo (24/12), enquanto o país sul-americano enfrenta uma disputa fronteiriça com a vizinha Venezuela. 

O envio do navio-patrulha da Marinha Real HMS Trent ocorre após uma visita de um secretário de Relações Exteriores britânico à Guiana no início deste mês, com o objetivo de oferecer apoio ao país sul-americano, um aliado e ex-colônia britânica.

Um porta-voz do Ministério da Defesa do Reino Unido evitou se referir à disputa entre a Guiana e a Venezuela ao comentar sobre o envio do navio. “O HMS Trent visitará a Guiana, aliada regional e parceira da Commonwealth, no final deste mês, como parte de uma série de compromissos na região durante sua missão de patrulha no Atlântico”, disse.

O HMS Trent no momento se encontra em Barbados e deve seguir nos próximos dias para a costa da Guiana. Não se espera que o navio atraque em Georgetown, a capital da Guiana.

Segundo a rede BBC, o navio deve participar de exercícios militares conjuntos depois do Natal com outros aliados da Guiana, que foi uma colônia britânica até 1966.

No momento, a Guiana enfrenta tensão em relação à região fronteiriça de Essequibo, que corresponde a dois terços do seu território, mas que é reivindicada pela Venezuela. A disputa, que se arrasta há décadas, foi recentemente reacendida com a descoberta de petróleo na Guiana e aumentou quando o regime venezuelano organizou em um referendo em 3 de dezembro para reivindicar a área.

A histórica disputa territorial entre a Venezuela e a Guiana sobre a região de Essequibo tomou um novo rumo nos últimos meses. Embora o conflito esteja sem solução há mais de um século, fatos recentes agravaram as tensões.

O líder venezuelano, Nicolás Maduro, anunciou em outubro a realização de um referendo não vinculante para decidir sobre a anexação dessa área, que representa 74% do território da Guiana. Em 3 de dezembro, os venezuelanos aprovaram a anexação do Essequibo, com cerca de 95% dos votos, de acordo com as autoridades venezuelanas.

Dois dias depois, Maduro divulgou um mapa da Venezuela com a região do Essequibo incluída e disse que o distribuiria a todas as escolas, universidades e órgãos públicos. Na mesma data, o presidente ordenou que a estatal petroleira venezuelana PDVSA passasse a conceder licenças para a exploração de petróleo e gás na região.

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