Com o objetivo de apresentar um equipamento portátil de telemedicina para interação de dados e comunicação em tempo real, que possibilite o acesso universal, integral e equânime de saúde para populações vivendo em localidades de difícil acesso no Amazonas, a Universidade do Estado do Amazonas (UEA), por meio da Unidade de Desenvolvimento Docente e Apoio ao Ensino (Uddae/UEA), realizou, na sexta-feira (02/08), a capacitação e o teste dos equipamentos portáteis de telemedicina, que se deu por meio do projeto piloto “Acessibilidade em saúde a partir da utilização do equipamento móvel de Telessaúde”. A capacitação foi realizada na Escola Superior de Ciências da Saúde (ESA/UEA), no auditório da Uddae, localizado na avenida Carvalho Leal, 1.777, Cachoeirinha. A ação foi conduzida pela coordenadora geral do projeto, a Prof.ª Dra. Giane Zupellari dos Santos Melo, e pela Prof.ª Dra. Adriana Taveira, coordenadora da Uddae, ambas docentes da ESA e integrantes da equipe de Telessaúde da UEA.A vice-reitora da UEA, Prof.ª Dra. Kátia Couceiro, afirmou que a universidade tem colhido bons frutos por meio de projetos tecnológicos que ressaltam o potencial de fortalecimento da inovação tecnológica e científica. “É um momento de muita alegria e expectativa. A nossa instituição está de portas abertas para continuar avançando sempre. Temos o objetivo de ser não somente a maior, mas a melhor universidade do país. E contamos sempre com a ajuda dos nossos pesquisadores e profissionais”, disse*Capacitação dos profissionais*O projeto teve o objetivo de capacitar profissionais de saúde, sendo eles: enfermeiros, técnicos de enfermagem, médicos especialistas em dermatologia, cardiologia, otorrinolaringologia e oftalmologia para atendimento por meio da utilização de equipamentos portáteis de telemedicina.O início dos estudos para a idealização do projeto foi composto por usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), que necessitam de consultas com especialidades de Dermatologia, Oftalmologia, Otorrinolaringologia e Cardiologia, e por servidores da Secretaria Municipal de Saúde de Iranduba e médicos especialistas em Dermatologia, Oftalmologia, Cardiologia e Otorrinolaringologia que atuam na Fundação Hospital Adriano Jorge (FHAJ) e da Secretaria Municipal de Saúde de Iranduba. Na ocasião, participaram como pioneiros no treinamento do projeto o médico da atenção primária da equipe profissional em saúde, o médico Paulo Roberto Gonçalves de Holanda; a enfermeira Francisca do Nascimento Campos e a técnica de enfermagem Rodenize Montenegro da Silva, todos da Unidade Básica de Saúde Nilce Domingos dos Reis (UBS) localizada no município de Iranduba (distante 40 quilômetros de Manaus). E contou com a participação e orientação, via vídeoconferência, do professor e médico espanhol Manuel Grandal, da universidade espanhola Alfonso X El Sabio, além de estudantes finalistas do curso de Medicina da UEA. A coordenadora geral do projeto, Prof.ª Dra. Giane Zupellari explica que o estudo foi aprovado no Comitê Nacional de Ética e a maleta com os equipamentos foram apresentados pela empresa SIVSA, na Câmara dos Deputados, e apenas uma disponibilizada para o teste no Brasil, ficando sob a responsabilidade da equipe de Telessaúde do Amazonas. Os dispositivos têm a possibilidade de fazer ecocardiograma e podem ser utilizados por diversos profissionais e especialistas da área de saúde.“Hoje é um dia muito especial porque estamos trabalhando com ele há dois anos, desde que a Uddae foi inaugurada. Ele é o nosso carro-chefe e é inédito no Brasil. É a primeira vez que o equipamento está sendo testado no país. Esperamos realmente que isso dê muitos frutos e consigamos, por exemplo, demonstrar que pode ser uma alternativa no atendimento da saúde da população, explicou.De acordo com a professora Adriana Taveira, o projeto é pioneiro e o equipamento móvel de Telessaúde é, sem dúvida, um marco não só para a saúde, mas para a qualidade da saúde do Amazonas e do país inteiro. “Estamos começando a usar esse equipamento no Brasil e o grande diferencial dele é que, no único equipamento móvel e portátil, a gente consegue acoplar os mais diversos dispositivos. Isso permite uma telessaúde com transmissão de imagens, de informação a distância, todas em tempo real”.A maleta será utilizada pela equipe do Dr. Paulo Holanda na unidade de saúde de Iranduba e por médicos especialistas da FHAJ, em Manaus. A equipe estará dando suporte técnico aos profissionais do interior, acompanhando os pacientes em tempo real como se estivessem presentes na unidade. E os especialistas serão os responsáveis pelo diagnóstico e laudo do paciente. Segundo o Dr. Paulo, a capacitação em Telessaúde é um passo extremamente importante para ampliar as possibilidades de atendimento. “O nosso projeto faz parte das atividades da UEA que consiste, basicamente, em iniciar a Telessaúde em Iranduba, mas na tentativa de expandir isso para outros municípios do estado.”A técnica de enfermagem Rodenize Montenegro ressalta a importância do projeto. “Vejo isso como um grande avanço para a saúde do interior, um marco para o município de Iranduba, pois trata-se de um projeto que vai abranger e ajudar aquelas pessoas que esperam na fila do SUS por uma consulta cardiológica e pediátrica entre outras, além de nos ajudar melhorando no atendimento desses pacientes”, ressaltou a técnica.Durante a capacitação, o Dr. Manuel Grandal enfatizou a importância do atendimento em tempo real com o equipamento portátil de telemedicina. “O equipamento é muito importante, pois possibilitará a realização de registros clínicos com imagens, e pode ser instalado em hospitais, residências, barcos e outros locais mais remotos”, enfatizou o médico espanhol.*Equipamentos portáteis de telemedicina*Os equipamentos são usados, com eficiência, para o atendimento de saúde em lugares remotos como navios alto mar, regiões montanhosas e áreas remotas. O objetivo é incentivar gestores de saúde e autoridades políticas locais e nacionais de áreas remotas que devem ser beneficiadas com equipamentos portáteis de Telemedicina, principalmente em localidades locais de difícil acesso à saúde, onde a população tem seu acesso aos serviços de saúde restringidos pelas grandes distancias entre os municípios e a capital do Amazonas (local onde se concentra a maioria dos médicos especialistas).