São Paulo – O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) decidiu, por unanimidade, na noite desta quarta-feira (28/2), pelo tombamento definitivo do conjunto da estação Júlio Prestes, no centro de São Paulo.
O complexo, que faz parte da linha 8-Diamante da ViaMobilidade, engloba a gare (local de acesso aos trens), o prédio da estação e o prédio da administração. A estação abriga ainda a Secretaria de Cultura de São Paulo e a Sala São Paulo, sede da Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo (Osesp) e do Coro da Osesp.
Com isso, o espaço, inaugurado em 1930, passa a ter proteção federal contra quaisquer tipos de destruição, demolição ou mutilação. A estação também não pode sofrer qualquer tipo de restauração ou modificação sem a prévia autorização do Iphan.
Segundo o órgão, o tombamento da estação havia sido solicitado em 1997 pelo então secretário estadual de Cultura, Marcos Mendonça, mas o tombamento provisório foi concedido apenas em outubro de 2022.
“O Conjunto da Estação Júlio Prestes foi inscrito no Livro do Tombo de Belas Artes por ser uma construção monumental, exemplo máximo de uma determinada arquitetura do período. Também foi inscrito no Livro do Tombo Histórico, como a materialização de uma forma de pensar a questão econômica, com intervencionismo estatal, que fugia dos padrões do liberalismo clássico, o que era uma novidade na forma de pensar da década de 1920 no Brasil”, destacou o Iphan.
Nádia Somekh, professora emérita da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo Mackenzie e responsável pelo parecer técnico sobre o tombamento do bem, apontou, em sua avaliação, um estudo realizado pelo Iphan que identifica a Estação Júlio Prestes como “bem cultural de alto valor, que tem sido mantido e atualizado de maneira atenta e cuidadosa, demonstrando de forma inequívoca a sustentabilidade de sua conservação”.