Manaus/AM – A importância da educação ambiental e as dimensões dos impactos das mudanças climáticas sobre a biodiversidade amazônica têm sido levadas de forma acessível e lúdica ao conhecimento dos amazônidas, por meio de um estudo apoiado pelo Governo do Amazonas, via Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam). O estudo recebe fomento do Programa Biodiversa/Fapeam: CT&I para Ambiência e Biodiversidade no Amazonas.
Desenvolvido por cientistas do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), sob a coordenação da doutora em Biologia Integrativa, Fernanda Werneck, e a atuação de bolsistas e estudantes do Laboratório de Ecologia e Evolução de Vertebrados do Inpa (Leevi), a pesquisa visa popularizar a importância da conservação de espécies amazônicas, com foco em organismos ectotérmicos como os anfíbios e répteis (conhecidos coletivamente por herpetofauna) que, por dependerem de condições climáticas e ambientais locais para controlar suas temperaturas corpóreas, são considerados grupos ameaçados pelas mudanças climáticas globais.
Segundo a pesquisadora, o projeto intitulado “Popularizando as múltiplas dimensões dos impactos das mudanças climáticas sobre a biodiversidade amazônica junto à comunidade amazônida”, batizado de ‘BioClimAmazônia’, iniciado em 2022, tem buscado dialogar com um público diversificado, entre os quais, professores e estudantes da educação infantil, ensino fundamental, médio, técnico, educadores, tomadores de decisão em conservação do meio ambiente e biodiversidade e a população em geral.
O grupo de pesquisadores utiliza estratégias educacionais e de comunicação científica direcionadas para cada público-alvo, e já realizou mais de 100 atividades, incluindo eventos, palestras, oficinas e visitas, em Manaus, São Gabriel da Cachoeira, Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS Puranga Conquista, no Rio Cuieiras) e Careiro Castanho. Além de ter alcançado os visitantes do Bosque da Ciência, no Inpa, e ampliado sua divulgação através das mídias e redes sociais.
Para Fernanda, a educação ambiental e popularização científica possuem alto potencial transformador no enfrentamento individual e coletivo de emergências sociais e ambientais que acometem a sociedade.
“Nossa pesquisa visa quantificar os impactos das mudanças climáticas e as possíveis respostas de diversos grupos da herpetofauna com base em estudos ecológicos e evolutivos integrativos com abordagens científicas de ponta. Com o projeto BioClimAmazônia, nossa atuação visa melhorar os cenários e mitigar os impactos dessas crises através da educação ambiental e científica, resultando em melhorias significativas tanto sociais quanto ambientais”, destacou.
Jogos educativos
No projeto foram desenvolvidos diversos materiais educacionais de divulgação e com distribuição gratuita. Entre os quais o “Jogo da Memória da Herpetofauna Amazônica”, que permite, de forma divertida, que os participantes conheçam esses animais e suas interrelações com a problemática das emergências climáticas, está disponível em https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/39613, e inclui o passo a passo para brincar, se divertir e ao mesmo tempo conhecer as espécies que vivem na maior floresta tropical do mundo.
O jogo “Corrida da Herpetofauna contra as Mudanças Climáticas” também elaborado pelo grupo de pesquisa, pode ser utilizado como material complementar para abordar temas como biodiversidade, herpetofauna, Amazônia, mudanças climáticas, conservação, em sala de aula, de uma maneira divertida, prática e descontraída. O jogo está disponível em: https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/39612.
Também foi produzido o livro “A herpetofauna amazônica e as mudanças climáticas: vamos aprender colorindo?”, com impressão de 1,3 mil cópias distribuídas de forma gratuita nos mais diversos eventos e atividades, disponível em https://repositorio.inpa.gov.br/handle/1/39414.
Com o tema “Mudanças Climáticas e Biodiversidade” também foram realizadas visitas guiadas e atividades de colorir com visitantes e alunos de Manaus no Bosque da Ciência, nas Coleções Biológicas do Inpa e em ocasiões itinerantes, como a Semana Nacional da Ciência & Tecnologia dos anos de 2022 e 2023.
“Esperamos que cada pessoa que participou e interagiu com alguma atividade, ou produto promovido pelo nosso projeto, passe a reconhecer esses fatores e identifique no seu cotidiano os impactos das mudanças climáticas, sendo estimulado e motivado a atuar na valorização e defesa da biodiversidade”, reforçou a pesquisadora.